CityPenha abril2006 - page 4

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nº 1 abr/2006
Uma realidade bem mais
freqüente do que se
imagina
MEDO
DE
D I R I G I R
Serviço:
Daniele C. O. de Alcântara – CRP 58883-06
Psicóloga de Trânsito da Auto Escola Nova Esplanada
Av. Amador Bueno da Veiga, 1199
6684 – 5335 / 6682 - 0849
Comportamento
Freqüentemente escuto dos nossos alunos: “o
que é fobia de dirigir?” Porque sinto este medo?” É
normal sentir isso?” A resposta é que o medo em si é
uma espécie de alarme que nos avisa quando algo de
perigoso ou desagradável está para acontecer e nos
prepara para agir. De acordo com este raciocínio ter
medo é normal e positivo, sem ele não reagiríamos
a um incêndio, não nos importaríamos em andar
pela contramão e até mesmo nosso orçamento seria
impossível de controlar.
O problema está quando o alarme dispara
excessivamente e é desproporcional ao tamanho do
perigo que pensamos enfrentar. É isto que acontece
com as pessoas que sofrem de fobia ou síndrome
do pânico. De acordo com a Organização Mundial
de Saúde elas representam cerca de 10 a 15% da
população mundial.
Nestas pessoas há uma falha no sistema que
interpreta situações e também no que regula a
intensidade do alarme. Assim, ele acaba disparando
em situações inofensivas como dentro de um elevador
em bom funcionamento, frente a um pequeno inseto ou
no trânsito.
Para alguns, cujo problema é mais grave, o mal
estar se manifesta só de olhar para as chaves do
carro. Ao invés da intensidade do medo ajudá-los a se
precaver, aumentar o estado de vigilância e impulsionar
para a ação, ele acaba paralisando e desorganizando o
raciocínio: é o que se chama de entrar em pânico.
Existemdiversos fatores que podem levar as pessoas
a desenvolverem fobia de dirigir. Eles variam muito de
um caso ao outro, mas algumas características pessoais
podem revelar uma tendência maior de desenvolver a
dificuldade: perfeccionismo (não aceitar os próprios
erros), timidez, medo de atrapalhar outros motoristas,
de se expor e passar algum ridículo, tendência de
antecipar os fatos e necessidade de controlar tudo o
que está à volta, estão entre elas.
A agressividade cotidiana do trânsito, a grande
quantidade de carros, aliada à falta de paciência de
motoristas mais experientes também são agravantes
para quem tem medo de dirigir. São circunstâncias
externas comuns, mas para as pessoas comdificuldades
observar este cenário as deixa ainda mais receosas e
acuadas.
O primeiro passo para quem está passando por
este tipo de problema é buscar ajuda de especialistas,
que através da associação de psicoterapia com aulas
práticas de volante conseguem ótimos resultados.
Para quem convive com estas pessoas uma boa
forma de iniciar a ajuda é compreendê-las, para que
elas consigam aceitar o que sentem e comecem a
ganhar a autoconfiança necessária para jogar fora este
“passageiro” indesejado. Depois, o ideal é incentivá-las
a se informar sobre o assunto e ir em busca de solução
com os profissionais adequados para cuidar do caso.
Um Passageiro indesejado
por Dra. Daniele Alcântara
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