edição de abril Revista CityPenha

Abril / 2018 - nº 131 10 são comuns mesmo nas publicações mais relevantes, mas quando erros grotescos é o padrão de um site ou seu layout não inspira confiança, é bastante possível que esteja lidando com fake News. Saia da bolha da rede social Para estar bem informado, o eleitor deve ler e acompa- nhar o noticiário não somente nas redes sociais. “Ele deve fazer um esforço para estar mais informado, encontrando fontes na qual ele confia e que tenha um bom histórico”. Assim, aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram es- tar em contato com uma verdadeira notícia, passam, ainda que sem perceber, a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias falsas. Especialistas dizem que pessoas com nível alto de es- colaridade também podem ser enganadas por mentiras e frequentemente são mais refratárias quando expostas a in- formações que desafiam suas opiniões. Mas a onipresença do termo fake News, talvez esteja começando a torná-lo sem sentido. Todo tipo de conteúdo descontextualizado, manipulado, baseado em teorias da conspiração, incorreto ou que as pessoas apenas não gostam passou a ser rotulado com a expressão. As pessoas estão dizendo: “Eu não sei em quem acre- ditar ou em quem confiar”. A preocupação é que a maneira como estamos debatendo alguns desses problemas esteja sendo pior do que o dano causado inicialmente pela infor- mação falsa. No futuro, o termo fake news pode se tornar uma relí- quia da febre de 2017/2018 (se tivermos sorte). Mas a luta contra a desinformação não morrerá. Empresas e governos estão tomando ações concretas e suas consequências serão sentidas por algum tempo. Existe, no entanto, uma questão essencial nesta discussão: qual é o verdadeiro impacto da desinformação nos leitores? Desde que o debate tomou forma, há desavenças sobre o possível efeito prático das notícias falsas na maneira como as pessoas veem. Um novo estudo, conduzido por pesquisadores do MIT, concluiu que as notícias falsas se espalham na internet seis vezes mais rapidamente que as notícias verdadeiras. E esse resultado de nada tem a ver com a ação de robôs: é fruto do comportamento das pessoas . Portanto, ações são necessárias para resolver o impasse. Sendo a intervenção do estado uma medida delicada, por se tratar do direito a liberdade de expressão, cabe ao Mi- nistério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações conjuntamente com o Poder Legislativo, a instituição de novas leis específicas contra mentiras publicadas em qual- quer meio informativo. Assim, essas políticas fazem com que os grandes ca- nais de comunicação sejam forçados a uma análise mais aprofundada do que chega ao corpo social, refletindo dessa forma, na transparência das ideias para a criticidade dos internautas. O fenômeno de circulação de notícias falsas (fake news) na rede mundial de computadores, tanto pela ação de in- divíduos quanto por meio de contas automatizadas (bots), ganhou especial atenção de governos e da imprensa inter- nacional após suspeitas de que a desinformação promovida por tais notícias possa ter influenciado ate os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016. Mudar, manipular, deslegitimar A ameaça das notícias falsas está na sua capacidade de espalhar sentimentos populistas e transformar a opinião pú- blica, minando as regras da mídia tradicional. Especialistas explicam “A diferença entre a paródia e as notícias falsas está na intenção. A produção de ‘fake news’ não se destina a criticar ou zombar de algo, mas ser- ve antes a objetivos que são inerentemente manipuladores, muitas vezes para mudar a opinião pública ou deslegitimar algo ou alguém”. “Isso tende a ir de mãos dadas com o populismo, com a promoção de várias teorias de conspiração, a rejeição de especialistas e uma rigorosa crítica dos meios de comunica- ção, que em todas as partes tende a enfatizar o factual em suas reportagens”. Cida Lopes • Gestora/Produtora de Eventos/Docente – MBA em Hospitalidade • cida.aparecida.lopes@gmail.com D estaque

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