CityPenha janeiro 2018

Janeiro / 2018 - nº 128 22 “Marcoantonizar” é o ato de zelar, no caso, o zelo pela colina da Penha de Fran- ça. O verbo é uma homenagem à Marco Antônio Jorge que dedicou sua vida em zelar pelo o que ele chamava de “colina santa”, a Penha de França. Empresário do setor imobiliário, Mar- co Antônio conhecia cada rua, cada beco, cada canto do bairro sempre com um olhar de guardião. Se alguma coisa esti- vesse errada, ele imediatamente entrava em contato com a autoridade competen- te. Foi superintendente da Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo e continuou o trabalho de seu antecessor, Ivan Vitale com participação ativa na As- sociação Viva Penha. Apaixonado pela vida estudantil e pelo Instituto de Educação N. Sra, da Pe- nha, mais conhecido simplesmente como “o Estadual da Penha”, tomou a vanguar- Marcoantonizando a Penha Francisco Folco • Memorial Penha de França da na coleta de assinaturas de ex-alunos e penhenses para que o edifício fosse tombado pelo CONDEPHAAT mui- to bem argumentado pelo valor afe- tivo e histórico do prédio inaugurado em 1954, e um marco do movimento modernista na Penha. Marco Antônio trabalhou muito por um projeto pela Lei Rouanet apadrinhado pelo banco HSBC, para a restauração do prédio. Os ex-alunos se mobilizaram como nunca e Marco Antônio, orgulhoso de ser também um ex-aluno do “Estadu- al da Penha”, promoveu encontros e manifestações de apoio ao projeto que acabou mobilizando todos os penhen- ses, contagiados pelo movimento. Quando uma novidade aparecia na colina, como quando da inaugura- ção das novas salas do Moviecom no Shopping Penha, Marco Antônio se enchia de entusiasmo e não poupava elogios àqueles que se propunham a investir na Penha de França. Por outro lado, quando Marco Antônio em suas caminhadas pelas ruas da Penha notava uma porta de comércio fe- chada, ficava triste, preocupado e também não poupava críticas à quem considerava responsável. Houve convites e muitos para que ele se engajasse politicamente e concorresse à cargos públicos, mas ele sempre rejeitou. Alegava sempre que preferia continuar zelando pela Penha com um guardião e cobrar dos políticos as medidas necessárias para o desenvolvimento da comunidade. Marco Antônio Jorge deixa herdeiros. Ou- tros penhenses com certeza, continuarão mar- coantonizando a colina da Penha de França. E em cada olhar contemplativo de alegria ou de críticas, seu nome será lembrado. D estaque Marco Antonio Jorge dando entrevista no Memorial Penha de França para o jornal “O Estado de São Paulo” em 2004 Fotos: Acervo do Memorial Penha de França

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