Junho / 2016 - nº 109
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Docinho depois
do almoço?
Por que temos essa vontade e como saciá-la sem sair da dieta
S
aúde
No meio do expediente ou entre as refeições é comum
sentir aquela vontade de consumir um docinho, seja uma
bala, chocolate, doce de leite ou uma trufa. Essa necessi-
dade do corpo é frequente, e a nutricionista do Hospital e
Maternidade São Cristóvão, Ana Paula Gonçalves da Sil-
va esclarece as dúvidas sobre o tema.
Depois do almoço é normal sentir vontade de comer
doces, isso acontece porque os alimentos mais pesados
demoram a ser processados. “Também existe outra expli-
cação para essa necessidade. Assim que terminamos uma
refeição pesada, rica em carboidratos, muitos de nós temos
o que chamamos de Hipoglicemia Reativa, um estado de
baixa de açúcar no sangue, consequência de uma libera-
ção excessiva de insulina. Quando isso acontece o cérebro
aciona a necessidade de glicose na corrente sanguínea e
vem o desejo do famoso docinho” explica a nutricionista.
Ana Paula ressalta que a glicose é muito importante
para o bom funcionamento do cérebro, “Os doces quan-
do consumidos em quantidades módicas não são vilões.
O açúcar também é chamado de alimento dos neurônios e
por isso quando alguém precisa de energia, o corpo “pede”
açúcar, pois é o principal alimento do cérebro”, diz. Além
disso, a glicose dá uma sensação de prazer e felicidade e
funciona como uma defesa contra o estresse, “Isso ocorre
porque ela mexe com neurotransmissores, como a dopami-
na e a serotonina, ligados a esses sentimentos”, completa
a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão.
Confira as dicas da nutricionista para saciar essa von-
tade sem abrir mão da saúde:
• Alimentos estratégicos: “Alguns alimentos como:
aveia, banana, maçã, canela, castanha-do-pará e grãos
em geral ajudam a diminuir a vontade de comer doces. O
consumo regular contribui para a redução da vontade de
comer doces”.
• Vá devagar: “Se a pessoa tem o hábito de consumir
diariamente doces, o ideal é ir diminuindo aos poucos esse
consumo, pois se parar totalmente pode ocorrer o efeito
rebote, ou seja, pode até conseguir manter a ausência dos
doces por alguns dias, porém, logo não aguentará mais e
vai passar a comer mais doces do que já comia”.
• Faça substituições no cardápio: “Ao invés de optar
por sobremesas preparadas com muito açúcar ou biscoi-
tos industrializados, podemos consumir frutas frescas ou
secas após o almoço. Experimente uvas passas e tâmaras,
pois elas possuem um sabor mais adocicado”.
• Não resistiu? Substitua! “Por exemplo, quando a
vontade de tomar sorvete for grande, opte pelo picolé de
frutas, pois os teores de açúcar e gordura são menores
quando comparados com as versões cremosas. Gelatinas
e pudins light também podem ser opções interessantes e
nutritivas”.
• Teste outras opções para adoçar: “Quan-
do preparamos uma sobremesa ou um bolo
podemos trocar o açúcar refinado por uma
quantidade reduzida da versão mascavo, melado
de cana ou mel. Também pode-se usar frutas fres-
cas ou secas para enriquecer o sabor”.