CityPenha outubro14 - page 10

Outubro / 2014 - nº 89
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Estímulo à imaginação
éessencial parao
desenvolvimentodacriança
PorAriltonBatista
A brincadeira de faz de conta fez parte essencialmen-
te daqueles que tiveram a infância vivida até a década de
1990. Fazia-sede contaque tinhauma família. Fazia-sede
conta que iam aomercado, que dirigiam, que eramprofes-
sores; assumiam o papel de cientistas, de astronautas e jo-
gador de futebol; demodelos e artistas de novela.Amente
das crianças sempre permitiu de tudo. E esse recurso, do
exercício do imaginário, émuito importante para o desen-
volvimento psicológico, intelectual e social das crianças.
Atualmente, com a forte ascensão da tecnologia, com ce-
lulares e computadores supermodernos, principalmente,
perdeu-seumpoucodessacaracterística, dascriançasmes-
mo criarem suas histórias, seus personagens e montarem,
de acordo com as próprias ideias, as brincadeiras e jogos
de grupo.
A televisão já produziu alguns programas que ajudam
a ilustrar esse tema, como é o casododesenho animadoO
FantásticoMundodeBobby, emqueoenredoé totalmente
baseado na fértil imaginação do garoto Bobby, de quatro
anos. NoBrasil, entre 1991 e 1992, aTVCultura exibiu a
sérieMundo da Lua, em que o personagem principal era
Lucas Silva eSilva, ummeninoque ganhoudo avôpater-
no, no aniversário de dez anos, um antigo gravador que
lhe servia para registrar as mirabolantes ideias de como
gostaria que as coisas fossem de verdade. Ou seja, a cada
episódiopodia-seviajarno imagináriodeumacriança -no
caso, representadapeloatorLucianoAmaral.AindanaTV
Cultura e com outra temática, havia o programa Rá-Tim-
-Bum, ondeeraexibidooquadroContadoresdeHistórias,
que nadamais era que atores da emissora contando histó-
rias e ilustrando com objetos do cotidiano de uma casa,
como colheres de pau, guardanapos, copos, prendedores
de roupa, etc. Para quem assistia, era um verdadeiro pas-
seio fora da realidade.
Mesmo alguns brinquedos considerados evoluídos
para a época em décadas passadas estimulavam a imagi-
nação das crianças, como os famosos Legos e o Playmo-
bil. Fazer casinhas e cidades de areia no quintal, na rua e
nos parquinhos era omáximo para osme-
ninos. Comidinha de terra, água e capim
era o ápice gourmet para as garotas. Esses
gestos não são tão comuns hoje em dia,
em que as cidadezinhas já vêm prontas,
com postos de gasolina, carrinhos e casas;
algumas comidinhas para as meninas são
de verdade, feitas por pequenos aparelhos
de verdade. Para a coordenadora pedagó-
gica do Ensino Fundamental no Colégio
Fereguetti, Cristiane Regina dos Santos, a
imaginação para as crianças é uma ques-
tão essencial. “É no imaginário que me
estabeleço como cidadão, ser social. Esse
processo acontece durante a vida, desde
o nascimento até a fase adulta. O imagi-
nário está para criança como ela está para
a vida”, comenta. Patrícia Ortega Ricci,
coordenadorapedagógicadaEducação In-
fantil do Fereguetti, destaca a importância
e os cuidados na utilização das ferramen-
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