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Fevereiro / 2017 - nº 117
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D
estaque
Anova administração municipal mudou a nomenclatura e
a funcionalidade da regional, que agora passam a ser efetiva-
mente Prefeitura Regional da Penha. Para verificar a mudan-
ça e conhecer o novo Prefeito Regional fomos conversar com
ele, Jurandir Junqueira, penhense de nascença, com muita
história no bairro.
CityPenha:
Uma das coisas mais interessantes em sua no-
meação é que escolheram uma pessoa realmente da região.
Junqueira:
Exatamente. Eu nasci na rua 2 de janeiro em
1960. Sou da Penha, nascido na Vila Esperança em um cô-
modo e cozinha, uma casa muito humilde onde morei com
minha família durante toda minha infância.
CityPenha:
Você é oficial da reserva da PM, como foi sua
história profissional?
Junqueira:
Eu sempre gostei de trabalhar. Com sete anos de
idade depois da aula eu pegava uma caixinha de sorvete e saia
vendendo de onde hoje fica o Tiquatira até o Cangaiba. Aos 10
anos fui trabalhar na feira com um primo em bancas de frutas.
Trabalhei com ele dos 10 aos 18 anos, quando fui trabalhar no
Banco Bamerindus. Em uma conversa com colegas do banco
fiquei sabendo que a Polícia Militar estava pagando um salário
quase o dobro do que a gente ganhava. Fiz a inscrição para
soldado sem ninguém saber. Fiz todos os exames e passei, isso
em 1979. Estudei na Escola de Soldados de Taubaté e quando
me formei pude escolher a unidade, o Segundo Batalhão, o 2
de Ouro na Amador. Fui soldado na primeira companhia da
Penha, até ser escalado para viaturas. Em 82 fiz a Escola de
Cabo e em seguida prestei concurso para sargento. Depois dos
10 meses de curso voltei para o 2 de Ouro.
CityPenha:
Quando você começou a se envolver com o
mundo dos políticos?
Junqueira:
Quando já era sargento um primo meu, que era
soldado do Segundo Batalhão de Choque, me convidou para
atuar na campanha do Franco Montoro. Após a eleição fui lo-
cado para trabalhar no Palácio, na Casa Militar, que tem uma
estrutura para cuidar da segurança do governador e do vice-
-governador. Por 6 meses trabalhei na segurança da dona Lucy
Montoro e em seguida, pelo meu desempenho e demonstração
de competência, me chamaram para fazer a segurança pessoal
do governador. Em 1985 me escalaram para fazer a campanha
do Fernando Henrique Cardoso, a prefeito. Eu atuei na segu-
rança de toda a campanha dele e quando ele perdeu para o
Jânio Quadros voltei para a segurança do Montoro.
CityPenha:
Durante todo esse período você atuou como
sargento?
Junqueira:
Exatamente. 1986 era o último ano que eu tinha
para prestar concurso para entrar no Barro Branco, e nesse
ano o Quércia saiu candidato a governador. Fiz toda a campa-
nha do Quércia para governador e ele foi eleito, mas também
passei no concurso do Barro Branco. Após 3 anos quando me
formei cadete, em 89, voltei para o 2 de Ouro, onde atuei até
1992. Em 90, mesmo como aspirante, fui chamado para tra-
balhar na campanha do Franco Montoro para o senado e do
Mário Covas para governador. Em 92 como tenente, fui para
o 15º Batalhão em Cumbica onde comandei a Cia dentro do
Aeroporto Internacional.
CityPenha:
Você atuou em muitas campanhas, sempre fa-
zendo a segurança dos candidatos?
Junqueira:
Como eu sempre fui muito organizado e um bom
executor, era a pessoa escalada para cuidar da infraestrutura
de segurança dos candidatos a prefeito e governador, fazendo
os percursos em todo o estado. Eu conheço os 645 municípios
do estado. Já fui pelo menos 2 vezes em cada um.
CityPenha:
Você tem uma grande história com o Mário Co-
vas, como isso começou?
Junqueira:
Fiz a campanha do Mário Covas que era total-
mente avesso a aparato de segurança. Foi um desafio por que
ele nem sabia que eu era da PM. Organizei todas as visitas
nos municípios do estado. Quando ele foi eleito me chamou
para ficar trabalhando como ajudante de ordens, o assessor
militar direto. Nosso relacionamento foi muito grande e pas-
sei a acompanhar o Mário Covas praticamente durante o dia
todo, todos os dias da semana. Eu o acompanhei administran-
do o estado. Aprendi como fazer, como priorizar e realizar.
Ele me ensinou como administrar. Foram muitos anos convi-
vendo diariamente, o tempo todo. Seria um desperdício não
usar tudo isso que eu aprendi. Por isso quando ele faleceu,
fiquei mais 2 anos com o Geraldo, e pedi para sair. Fui locado
como assessor militar no Tribunal de Contas do Estado, onde
aprendi todo o funcionamento desse órgão.
CityPenha:
Depois dessa passagem você foi para a reserva
da PM?
Junqueira:
Eu já estava completando 30 anos de PM e indo
para a reserva, quando o José Serra me chamou para cuidar da
Jurandir Junqueira
Prefeito Regional da Penha
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