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Fevereiro / 2017 - nº 117
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O consumo de álcool
por adolescentes
O álcool é a droga mais consumida em todo o mundo,
além de ser a de maior aceitação social. O alcoolismo é
considerado uma doença caracterizada pelo consumo ex-
cessivo de álcool. É fator de risco para patologias graves e
é considerado um autêntico flagelo para a sociedade, pelas
consequências danosas e mortais que tem assolado inúme-
ros indivíduos e inúmeras famílias.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a
doença um problema de saúde pública e que atinge a po-
pulação mundial em todas as faixas etárias, uma vez que
impõe à sociedade uma carga considerável de agravos in-
desejáveis e as consequências decorrentes do seu uso que
compreendem complicações físicas, psíquicas e sociais.
A OMS enfatiza, também, que é uma ação impactante
à população, devido a alta mortalidade e incapacidade que
ocasiona.
Cabe dizer que a transição do consumo moderado e
social para a dependência não é repentina, acontece com o
passar dos anos e, em alguns momentos, é imperceptível
para o sujeito. Outra informação importante é que o álcool
pode ser uma droga de estreia e facilitadora do consumo
de outras drogas. Tais informações se agravam quando es-
tudos comprovam que o início do uso acontece, em média,
aos 13 anos de idade.
A adolescência é um período crítico na vida das pesso-
as, no qual ocorrem novas descobertas significativas que
são fundamentais para a construção da personalidade e da
individualidade, representando um segmento da popula-
ção que merece atenção, por estarem numa fase funda-
mental do desenvolvimento: a transição da infância para
a maturidade.
Nessa fase, o sujeito tem mais liberdade e maior mo-
bilidade social. Nesse período de passagem, o jovem co-
meça a imitar uma série de comportamentos dos adultos e,
entre eles, o beber está presente.
Todas as ocasiões constituem uma razão para consumo
de bebidas alcoólicas, seja em momentos de alegria, como
as várias festas religiosas, festivais de música, por ocasião
das cerimónias religiosas como batismo, matrimónio, 1ª
comunhão, aniversários, nascimentos ou mesmo a morte.
Vários subgrupos sociais veem as bebidas alcoóli-
cas como forma de proporcionar alegria. O consumo de
qualquer bebida alcoólica representa para as pessoas algo
“normal”.
Sobre o fator cultura, a Organização Mundial da Saú-
de (OMS, 2004) considera que o uso de álcool é cultural,
sendo permitido em quase todas as sociedades do mundo,
impondo uma carga global de agravos indesejáveis e ex-
tremamente dispendiosos, evidenciando assim de forma
concreta, que a questão tem uma enorme gravidade.
Por ser consumida por vários povos e culturas diferen-
tes, a bebida alcoólica adquiriu alguns significados posi-
tivos na população mundial, pois, por meio de sensações
como as de relaxar e de se divertir, o indivíduo abstrai a
ideia de “bom” no consumo do álcool.
O álcool é bom porque faz a gente viajar. Quando a
gente bebe, ficamos mais empolgados, se acha o tal.
Ficam notórios como os adolescentes vislumbram que
o consumo da bebida alcoólica é algo benéfico, visto esta
propiciar espontaneidade e descontração para aproveitar-
mos as festas, ela acaba com a minha inibidez, mas tam-
bém ela não pode ser bebida em excesso, porque a maioria
das pessoas só faz besteira, e no outro dia o mal-estar é
muito grande.
Se gasta, as vezes, muito dinheiro para beber e a pes-
soa acorda no outro dia liso com dor de cabeça, bafo es-
croto na boca, não sabe o que fez, se brincou ou arrumou
confusão e se arrepende.
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