Junho / 2016 - nº 109
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A Mídia tem um papel importante no campo político,
social e econômico de toda sociedade. Através desse me-
canismo essa instituição incute na população uma consci-
ência, uma cultura, uma forma de agir e de pensar.
A mídia tem assumido um papel cada vez mais im-
portante na vida das pessoas e com o avanço tecnológico,
tem aprimorado e sofisticado sua capacidade de transmi-
tir mensagens. A grande questão que se coloca é: a mídia
pode ser entendida apenas como fonte de informação e
entretenimento ou ela efetivamente influencia o compor-
tamento das pessoas de maneira negativa?
Quando pensamos em produtos temos a sociedade de
consumo e a propaganda. Quando pensamos em cultura e
opinião temos a aculturação, ou moldagem de pensamen-
tos, controlando o comportamento, por meio da apresenta-
ção de imagens que represente ideais de felicidade, suces-
so, beleza e prazer.
E note que quando fazemos referência à mídia, estamos
na verdade nos referindo à todas as suas formas de veicu-
lação, seja ela falada, escrita, televisada e até aquela feita
pelos meios virtuais e outros meios que sejam possíveis.
Os pesquisadores consideram que crianças, adolescen-
tes e adultos reagem de forma diferente aos estímulos re-
cebidos. Enquanto os adultos distinguem a fantasia da rea-
lidade, as crianças seriam menos capazes de compreender
sutilezas da trama, caracterização e motivação.
A mídia influencia e também é influenciada por outros
campos (política, economia, ciência, religião). Pode-se sa-
lientar que a mídia não manipula automaticamente o cida-
dão comum, isso não nos impede de asseverar que os ve-
ículos de comunicação em larga escala podem nortear as
conversações cotidianas, contribuir para criar modismos
e tendências ou alterar a agenda política de uma nação.
Basta ressaltar que para uma determinada noticia ganhar
visibilidade e ser do conhecimento de milhões de pessoas,
deve passar, inevitavelmente, pelo prisma midiático.
A ética desta profissão, assim como a de todas as de-
mais, deve estar pautada não no interesse individual do
profissional no sentido de autopromoção ou de promoção
de alguma empresa, mas sim no interesse da sociedade de
receber apenas a verdade. Não é a ética de um grupo que
deve se sobressair, mas sim, a ética do todo.
Julga-se importante estabelecer os limites éticos da
atuação da mídia, de forma que, respeitem a ordem legal,
discipline as atividades e defina suas responsabilidades
em relação às pessoas atingidas pela informação que se
divulga, sem, é claro, que se perca o direito de informar e
de ser informado. É preciso que a mídia banalize menos
e instrua mais, sem decidir por si o que as pessoas devem
pensar e a forma como elas devem agir em relação ao que
foi noticiado.
A mídia pode ser uma formadora de cultura completa,
não vendendo apenas o produto, mas criando um va-
zio, que assume a forma de um produto, e mostran-
do o quão importante é preencher o vazio através
do consumo.
Vemos isso com padrões de beleza, com mode-
los cada vez mais magras seja nas passarelas, seja
nas campanhas publicitárias. Por outro lado, os fast-
-foods, e as comidas extremamente calóricas, que
são muitas vezes associadas ao prazer de comer, ao
status e ao estilo de vida rápido das grandes metró-
poles levam justamente ao oposto: pessoas cada vez
mais distantes do “ideal” de vida, e por isso cada
vez mais infelizes.
Mostram o cotidiano como um eterno carnaval,
esquecendo-se da pobreza, violência e tantos outros
problemas. Outros que por sua vez, em detrimento da
instrução e informação, apresentam um nivelamento
por baixo do que a sociedade conhece como lazer, fa-
zendo crer que esta é a diversão da maioria do povo.
A influência da mídia em
nossas vidas
D
estaque