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Novembro / 2017 - nº 126
nistrar o clube para todo mundo e pensar no sócio. O Corinthians já teve mais de
100.000 sócios. Hoje o Corinthians é um clube caro para o associado, que não
tem nenhuma vantagem, nenhuma atratividade, exceto você fazer um churrasco e
tomar cerveja, e mesmo assim é muito caro, porque em qualquer área de consumo
no clube as bebidas são mais caras que na rua. Não tem lazer para as mulheres,
não tem para as crianças, não tem para os adolescentes e para os idosos, enfim
não temos eventos sociais, não comemoramos datas históricas do futebol, não tem
brinquedoteca coberta com monitoramento para as crianças. Você paga uma men-
salidade cara e qualquer esporte e recreação que você queira fazer tem que pagar
uma taxa extra. Isso torna o clube muito caro e hoje qualquer condomínio médio
tem piscina e academia. O clube está abandonado, está sujo, com deficiências das
mais diversas.
CityPenha:
Como você pretende resolver essa questão do abandono?
Romeu:
No meu projeto vamos instituir a figura do prefeito do parque São Jorge,
um tipo de zeladoria que cuide carinhosamente do clube, nos mínimos detalhes,
deixando o clube limpo com acessibilidade, que seja frequentável pelas famílias,
pelas pessoas e pelas crianças, que as pessoas tenham prazer em frequentar e levar
a família e os amigos. É necessário ter alguém que cuide do clube com carinho,
para trazer o sócio de volta e aumentar o número de associados. Tem uma previsão
para ter um plano diretor no estatuto e isso não está feito, mas é necessário para
você construir as coisas de uma forma planejada, para não virar puxadinho.
CityPenha:
Como você vê a oposição no clube?
Romeu:
Hoje existe uma oposição forte porque você não tem transparência, não
consegue fiscalizar, é tudo feito com nebulosidade. O clube não avança de forma
social, não avança em outros esportes, o clube não tem esporte olímpico, não tem
incentivo. Os esportes são como barriga de aluguel, como o vôlei que usa um time
de Guarulhos. Se você tivesse um time de basquete top de linha ia encher o giná-
sio, e isso gera renda e patrocínio. Nós precisamos e devemos jogar futebol, que é
nossa raiz, mas não dá para deixar os outros esportes de lado. Se você tem uma aca-
demia de judô formando atletas, um boxe formando campeões mundiais, um atleta
do Corinthians ganhando medalha de ouro olímpico, você lota as arquibancadas e
traz patrocinadores para agregar a marca, e não fazer do Corinthians um outdoor
ambulante com marcas desconhecidas que não agregam a nossa marca. Nós preci-
samos colocar marcas que são mais ou igualmente conhecidas como a nossa, com
seriedade. Não existe empresa hoje em dia que possa ser gerida sem governança
administrativa, sem código de ética e conduta, ninguém investe em empresa assim,
onde a gestão é amadora, onde não se sabe o que acontece com o dinheiro.
O clube está negociando o Naming Rights daArena, mas quem vai querer uma
Arena que está enrolada na Lava Jato? Você tem que ter firmeza para negociar isso,
autoridade e autonomia, quem está lá não tem, porque participou da engenharia
financeira criminosa. O dono da Odebrecht confessou que a Arena era para ter
custado 350 milhões e porque nós vamos pagar 2 bilhões? Conheça em detalhes
nossas propostas para a gestão do clube no site
.
E
ntrevista
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