CityPenha outubro 2016 - page 14

Outubro / 2016 - nº 113
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D
estaque
Criança na cozinha
No mundo contemporâneo, alimentar-se de forma a su-
prir as necessidades fisiológicas e, ao mesmo tempo, man-
ter-se conectado à comida enquanto valor nutricional, cultu-
ral e simbólico representa um desafio.
Neste contexto, é necessário escolher o que comer usan-
do o bom senso, propondo uma reflexão entre o “comer” e
a “comida”, no intuito de contribuir para a ampliação dos
cuidados necessários sobre o que comemos.
Atualmente, com o aumento da obesidade infantil e do-
enças vistas apenas na terceira idade, a formação e a adoção
dos hábitos saudáveis devem ser estimuladas em crianças,
pois é durante os primeiros anos de vida que ela estará for-
mando seus hábitos, assumindo assim um papel de educa-
ção para a saúde.
Além da importância do bem alimentar, cozinhar virou
febre nos nossos tempos e todo mundo criou interesse por
panelas e utensílios. Nem as crianças ficaram de fora, como
se pode atestar pelos reality, shows gastronômicos, aulas em
Shopping estrelados por elas.
E quem disse que a diversão não pode ser na cozinha?
Esse espaço da casa pode ser o lugar onde a criança coloca
a mão na massa enquanto se diverte e aprende uma porção
de coisas diferentes.
A presença deles neste ambiente é fundamental para
uma boa relação com os alimentos desde pequenos e como
é importante para entender melhor como que as refeições
são produzidas antes de chegarem à mesa.
Quando colocamos a criança em uma cozinha para parti-
cipar, contando a história dos alimentos, criamos um habito
e incentivamos uma relação diferente com o alimento e au-
mentamos a vontade de experimentar, muitas vezes aquele
alimentos que antes eram rejeitados, uma vez que foi ela
mesma que os preparou e viu sua transformação.
Como estimular as crianças a participarem na cozinha:
O primeiro passo é mostrar que o saudável também é
gostoso. Buscando montar um prato sempre colorido e com
opções saudáveis, opte pelo caminho da orientação, e não
proibi-las de comer doces ou alimentos gordurosos, mas sim
fazer com que entenda a importância de cada elemento do
cardápio para seu corpo.
Caso haja muita resistência, a princípio escolha versões
de receitas que a criança gosta muito (biscoitos, bolos, mas-
sas), e aos poucos vá progredindo e optando por outras mais
diferentes.
Mostre todas as transformações do preparo: crianças
mais novas adoram observar essas transformações. Ver uma
massa semilíquida virar um bolo é extremamente interes-
sante para elas;
Escolha uma receita com um alimento que seu filho não
aceita e perceba como o envolvimento vai mudar a relação
e aceitação deste alimento por ele;
Cada faixa etária trabalha com sistemas diferentes de
sentidos e, consequentemente, diferentes desafios.
De 1 a 2 anos:
Trabalham, basicamente, usando os cin-
cos sentidos básicos do ser humano (tato, olfato, paladar,
visão e audição) que, nessa fase, ainda não estão comple-
tamente desenvolvidos. Nessa fase, eles gostam de usar as
mãos para conhecer novas texturas e objetos.
De 3 a 4 anos:
Começam a criar a prática da leitura e
fazem exercícios para exercitar a memória, tentando reco-
nhecer os objetos utilizados na cozinha e testam misturas.
De 5 a 6 anos:
Com livros de receitas, desenvolvem re-
ceitas de culinária regional e estudam outras épocas e o que
se comia nelas; podendo participar de processos que
envolvam medidas. “Quantas xícaras de açúcar vão
nessa receita ou quantos ml de leite precisamos dessa
vez?”. Deixe-os contarem.
Até 12 anos:
Não é bom permitir a participação
deles em tarefas que envolvam o forno ou fogão
ligados.
Além disso, independente da idade, deixe bem
claro a importância de hábitos de higiene obrigató-
rios na cozinha e cuidado com os alimentos.
Segundo psicólogos infantis, o ato de criar co-
zinhando, trabalha a concentração, a organização, a
autonomia, a voracidade, a capacidade de esperar, o
desenvolvimento do paladar e, principalmente, da
autoestima. O manuseio do alimento ajuda a reduzir
a timidez dos pequenos mais introvertidos e a desen-
volver a capacidade de ordenação, pois é preciso se
organizar para colocar uma receita em andamento.
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