CityPenha outubro 2016 - page 18

Outubro / 2016 - nº 113
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O envelhecimento no Brasil e
a revolução da longevidade
D
estaque
Cada vez mais o tema do envelhecimento está em voga e
já estamos vivendo uma verdadeira revolução da longevidade,
por todo o Brasil.
O número de brasileiros idosos, que tem mais de 60 anos,
aumentou significativamente, indo de 4,7% em 1960 para
10,8% em 2010. Estima-se que até 2050, esse número deve
triplicar atingindo expressivos 29%, e deverão ser mais de 95
milhões de habitantes com mais de 50 anos, o que correspon-
derá a quase metade do total, segundo estimativas do IBGE,
enquanto que a taxa de fecundidade deve continuar em queda.
Ela passou de 6,1 filhos por mulher, em 1955, para 1,7 filhos
em 2015.
Em 1955, a expectativa de vida ao nascer era de 52,9 anos
e, em 2015, já alcançou 75,4 anos. Em 2015, uma pessoa de 60
anos espera viver mais 20 anos – até os 80 anos.
Tanto para as pessoas idosas quanto para a sociedade, o
envelhecimento ativo é a chave para decifrar o potencial da
revolução da longevidade. O envelhecimento ativo visa à qua-
lidade de vida para as pessoas idosas a partir da otimização
de quatro tipos de capitais ao longo do curso de vida: saúde,
educação continuada, participação e proteção.
A saúde é a primeira fonte essencial de recursos. Já são
poucos os brasileiros que morrem por doenças cardiovascula-
res e respiratórias relacionadas ao tabagismo, um resultado de
políticas antitabaco e de melhorias nas estratégias de preven-
ção da atenção primária à saúde. De forma geral mais brasilei-
ros informam estar bem de saúde em relação ao número dos
que informavam isso no passado, embora a crescente urbani-
zação tem levado os brasileiros a adotar estilo sedentário de
vida e dieta inapropriada, causando altos índices de diabetes e
hipertensão, que levam às incapacidades na velhice.
As pessoas idosas atribuem muito valor à participação so-
cial e ao significado do trabalho. Em 2012, 27% das pessoas
idosas trabalhavam, perfazendo um total de 12% da força de
trabalho, e grande parte das pessoas de 60 anos ou mais atuam
no mercado de trabalho informal, inclusive muitos que já rece-
bem aposentadoria.
A educação continuada é um capital necessário à manuten-
ção e à renovação de habilidades e da participação na socie-
dade. Para os idosos brasileiros, o avanço representado pelo
Estatuto do Idoso quanto a oportunidades para novas aprendi-
zagens (por exemplo, a UniversidadeAberta da Terceira Idade)
é ainda insuficiente devido ao seu alcance limitado fora das
grandes metrópoles.
Para sua proteção, os idosos brasileiros desfrutam de boa
iniciativa de seguridade social se comparada com outros países
latino-americanos, e em relação às taxas de pobreza se compa-
rada a outros grupos etários no próprio país.
Em suma, os idosos brasileiros de hoje estão em melhor
situação do que seus pais e avós. Esses ganhos devem ser
mantidos, assim como devem se tornar realidade as garantias
proporcionadas pelo Estatuto do Idoso, de modo que mais bra-
sileiros idosos tenham acesso a oportunidades de viver um en-
velhecimento ativo.
Para isso é cada vez mais importante colocar o tema da
longevidade e seus impactos sociais e econômicos na agenda
de desenvolvimento do país e a requalificação e reinserção dos
profissionais com mais de 50 anos no mercado de trabalho de-
vem ser um dos focos.
Nesse sentido o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon
encabeça duas iniciativas inéditas. A primeira delas é uma pro-
posta de Projeto de Lei que cria o Regime Especial de Trabalho
do Aposentado (RETA), que prevê relações trabalhistas mais
flexíveis e incentivos para empresas que contratarem profissio-
nais aposentados com mais de 60 anos, ideia que está em linha
com o Estatuto do Idoso. A redação do projeto de lei coube aos
professores Hélio Zylberstajn, da FEA, e Nelson Mannrich, da
Faculdade de Direito da USP.
O outro projeto do Instituto destacará anualmente as cida-
des brasileiras mais bem preparadas para atender as necessida-
des de suas comunidades, cada vez mais longevas. Trata-se da
criação do Índice e Prêmio REAL.IDADE de Longevidade. O
desenvolvimento da iniciativa foi encabeçado pelo pesquisa-
dor Wesley Mendes da Silva, do Instituto de Finanças da FGV/
SP. O Índice REAL.IDADE de Longevidade reunirá mais de
80 indicadores de 500 cidades brasileiras, agrupados em 7 va-
riáveis - desde saúde e bem-estar até finanças e habitação.
Para os indivíduos acima de 50 anos, o Instituto lança tam-
bém um portal
), no qual
será encontrado um rico conteúdo formado por entrevistas,
estudos e reportagens sobre temas atuais ligados à longevi-
dade no Brasil e no mundo. Também serão disponibilizados
gratuitamente serviços e ferramentas úteis como cursos de re-
qualificação profissional, auxílio na reinserção ao mercado de
trabalho, auxílio tecnológico, orientação financeira, programa
de desconto em medicamentos, entre outros benefícios.
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