CityPenha abril 2015 - page 42

Abril/ 2015 - nº 95
42
O
pinião
Em diversas ocasiões vejo as pessoas usando aquele
"jeitinho brasileiro", mas o que é isso? Hummmmm!!
Muito simples, são "pequenas" atitudes com o intuito de
passar a outra pessoa para trás, um "pequeno engano".
Mas a meu ver não é tão pequeno assim, uma vez que
a partir dessas atitudes moldamos muito nossa pátria.
Amenizamos tanto esses delitos e também a falta de res-
peito com o próximo que foi criado um nome carinhoso
para tal coisa, o "jeitinho brasileiro".
Essas atitudes consistem em: furar filas, não devolver
o troco errado, tentar enganar as autoridades, usufruir de
serviços e sair sem pagar, subornos, contatos para
conseguir melhores coisas, parar na vaga
para deficientes no estacionamento só
porque será rápido, entre outras
mil atitudes que vemos coti-
dianamente.
E isso realmente
ocorre e leva a ima-
gem da população
brasileira para fora
do país. Certa vez
estava
passando
minhas férias em
Orlando, EUA, e
resolvi
comprar
uma água; fui até
a fila e estava con-
versando com as
pessoas que estavam
comigo na viagem,
quando um homem
entrou na minha fren-
te. Chamei-o e falei, em
inglês, que eu estava na fila;
quando ele me respondeu perce-
bi que seu sotaque era brasileiro, o que
me deixou com uma vergonha alheia, a minha
pátria. "Pequenas" atitudes como essas são constantes
no cotidiano do brasileiro e depois somos nós mesmos
que reclamamos dos nossos políticos e da nossa fama
no exterior! Estranho, não?
Nem tanto, pois vivemos num mundo imediatista,
queremos tudo para ontem, esquecemos de aprender a
saber esperar e a saber conquistar. Queremos um prazer
imediato, buscamos sempre esse prazer, mas que está
levando a nossa sociedade a afundar.
Como podemos reclamar disso se atitudes como es-
sas se repetem, repetem, repetem... e as pessoas não
param para pensar que é a partir de pequenas mudan-
ças que grandes poderão ocorrer. Nossos políticos são
apenas reflexo da nossa sociedade, eles não são aliení-
genas que vieram sugar o dinheiro público e deixar o
povo de lado.
Costumamos ver e ouvir diversas histórias de que
fomos maltratados em algum lugar, o que me faz pen-
sar que muitas vezes o atendente esquece que
ele também utiliza outro serviço, ou
seja, os papéis se invertem. Algu-
mas vezes atendemos e outras
somos atendidos, sendo as-
sim, o quanto melhor nos
esforçarmos para dar
um bom atendimento,
todos sairão felizes.
Sistemas públi-
cos, escolas públi-
cas, são algumas das
principais queixas
das pessoas, que
não há verba para tal
etc., mas além disso
existe uma corrupção
interna nas instituições
em que o dinheiro che-
ga, mas compra-se mate-
riais desnecessários porque
alguém está ganhando dinhei-
ro por trás dessa compra.
Não adianta sempre colocarmos
a culpa no outro, se nada fazemos e se por
diversas vezes nos beneficiamos de alguma forma do
"jeitinho brasileiro". Devemos aprender a falar "não"
para isso, pois ao contrário nada mudará.
Sempre na época das eleições começam diversas
campanhas para o voto consciente, mas não é apenas
em um dia que iremos modificar o país; modificaremos
o país todos os dias, mudando nossas atitudes, não acei-
tando e muito menos utilizando o "jeitinho brasileiro".
Um jeitinho brasileiro
por Yuri Busin
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