CityPenha abril 2015 - page 36

Abril/ 2015 - nº 95
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Dia 22 de abril. Mais um dia dentro de mais um mês só
que, infelizmente, uma data que parece ser relegada a um
segundo plano de importância no calendário de nós brasi-
leiros pois muitas vezes só lembramos de Páscoa (quando
esta ocorre próxima ou nesta data) e de Tiradentes, come-
morado sempre um dia antes ou seja, 21 de abril!
Poucos recordam que nesse dia, em 1.500, segundo os
livros de história, fomos descobertos apesar de já habitarmos
essa terra muito antes disso só que de modo ainda selvagem,
também segundo os que aqui chegaram naquelas caravelas
vindas de Portugal e que tentavam alcançar a Índia.
Sempre achei uma tremenda injustiça para com a Terra
de Santa Cruz esse leve esquecimento ou relegação pois
para um País, a data mais importante é justamente aquela
que marca seu descobrimento ou seja, o dia em que se
deixou o anonimato para ser reconhecido como parte inte-
grante deste mundo.
Cabe lembrar que antes de sermos a Terra de Santa
Cruz, fomos enganosamente reconhecidos como uma ilha,
a de Vera Cruz, erro corrigido mesmo se desprezando o
nome Pindorama que era atribuído à nossa nação pelos
que aqui moravam, os verdadeiramente primeiros brasi-
leiros, nossos ancestrais mais que legítimos.
Mas deixando de lado a história, descobrimos que
no cenário musical o nome Brasil sempre foi enaltecido
por suas belezas naturais bem como pela gentileza de seu
povo, diversas vezes quer por mero enaltecimento, quer
por desejo de mostrar que coisas não muito certas por aqui
ocorriam e ocorrem!
“Brasil, meu Brasil brasileiro...” sim, esse, seguramente
é um dos mais conhecidos inícios de música voltada a ho-
menagear o Brasil. Aquarela do Brasil, composição de Ari
Barroso, surgiu até mesmo como uma segunda opção popu-
lar para o nosso hino que, aliás, é um dos poucos a não falar
com eloquência em derramamento de sangue, coisa comum
nos hinos da grande maioria dos outros países.
Martinho da Vila também faria sucesso, anos depois,
com composição de Silas de Oliveira e que se encerrava
assim: “e esse céu azul da cor de anil, emoldura a aqua-
rela do Brasil.” Na minha opinião, essa canção intitulada
Aquarela Brasileira é até mais grandiosa do que a citada
por mim no parágrafo anterior.
Mesmo caminho seria seguido pelo sambista João
Bosco com seu Mestre Sala dos Mares que enaltecia des-
de o nosso descobrimento até a chegada dos piratas para
saquearem nossas riquezas como se os próprios “descobri-
dores” não se valessem desse mesmo expediente.
Jorge Bem Jor, quando ainda era apenas Jorge Bem,
com País Tropical, mostrava ao mundo como era possível
viver bem no Brasil com um fusca e um violão, tendo ao
seu lado uma “nega” chamada Tereza. Era um tempo em
que o termo “nega” não representava discriminação racial
senão teria que ser mudada para uma afro descendente
chamada Tereza o que não soaria muito rítmico (rs).
Porém, nem só em tempos de paz a música serviu para
seus mais nobres propósitos pois nos anos 70, uma du-
pla de cantores e compositores – Dom e Ravel – foram
“ungidos” à categoria de compositores nacionalistas com
Brasil, meu Brasil
Brasileiro
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