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Agosto / 2015 - nº 99
naridade como, por exemplo, comunicação e expressão,
matemática, ciências, estudos sociais. Dessa maneira o
folclore trabalha a ética e as várias culturas existentes.
O folclore possui um valor educativo, o ser huma-
no, por seu intermédio não só participa de um sistema
de ideias, sentimentos e valores. Agem e raciocinam em
função dele, quando as situações assim exigem.
A brincadeira folclórica contém uma série de valores
que, através do tempo, foram sendo selecionados de for-
ma natural por diversas gerações, guardando relações de
ajustamento à época e ao meio. O aprendizado das brinca-
deiras folclóricas pela criança propicia a liberação de ener-
gia, a expansão da criatividade, fortalece a sociabilidade e
estimula a liberdade. Essa forma de lazer não se restringe
especificamente ao grupo infantil, embora este desempenhe
melhores condições para praticá-la.
Amanifestação folclórica tinha uma função social, que
não é mera forma de divertimento, brincadeiras ou conto
de mitos, ela era substancialmente uma fonte socializado-
ra, a partir de uma relação de equidade dentro da cultura
infantil, ou seja, o folclore operava como “fonte de atuali-
zação e de perpetuação de estados de espírito e de atitudes
que garantem a eficácia dos meios normais de controle
social” (FERNANDES, 2006).
É importante que estas crianças vivenciem todos estes
personagens folclóricos e com isso o conhecimento real-
mente acontece com a prática, com a contação de lendas,
ervas medicinais e brincadeiras diversas, dessa forma as
crianças acabam percebendo que os brinquedos não são
apenas aqueles que se compra, aperta um botão, brinca
sozinho ou fica assistindo.
Essa vivencia prática é muito mais que a teoria é o
prazer e a satisfação que a criança sente ao fazer parte da-
quela história, daquele brinquedo ou daquela brincadeira.
A construção do brinquedo e das brincadeiras desen-
volve muito mais que o conhecimento, desenvolve a união
da família, a transmissão de cultura, coordenação motora
e mental da criança.
As brincadeiras diferem de região para região onde fo-
ram organizadas da seguinte forma: no sudeste, barra-man-
teiga e peteca; no sul, coelhinho sai da toca e vivo ou morto;
no norte, curupira e cai no poço; no nordeste, pular corda e
passa anel; e no centro-oeste, corre-cotia. De modo que as
crianças podem percorrer o país brincando e conhecendo as
brincadeiras preferidas das crianças dessas regiões.
Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz
os pequenos entrarem em contato com manifestações ar-
tísticas locais, que são expressões de sua cultura, além de
estimular o movimento, algo fundamental nessa faixa etá-
ria, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala e o ritmo.
Quando as crianças brincam, observa-se a satisfação
que elas experimentam ao participarem das atividades.
Além de seu estado de euforia e excitação, o brincar pro-
porciona bem mais. Através dele a criança consegue con-
jugar seu mundo de fantasia com a realidade, transitando
livremente de uma situação a outra. Há uma ação psicofí-
sica na execução dos objetivos: no ato de brincar, a criança
propõe-se a fazer algo e procura cumprir sua proposição.
Sendo assim, a criança necessita aprender as habilida-
des que poderá desenvolver, pois ela não nasce com essas
habilidades, personalidade e inteligência pronta, é o que
difere do animal, que nasce com instinto e habilidades pré-
-determinadas. Já para o ser humano é necessário que lhe
sejam dadas condições, sobretudo em processos educati-
vos, que lhe sejam apresentados aspectos da sua cultura,
para que possa haver um processo de apropriação.
Que tal fazermos a maior farra com nossos pequenos?
A diversão é garantida para todos!
Cida Lopes
• Gestora/Produtora de Eventos/Docente – MBA em
Hospitalidade •
D
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