CityPenha dezembro 2014 - page 12

Dezembro / 2014 - nº 91
12
PorAriltonBatista
D
estaque
Natal é família. Ano Novo, amigos. É assim que se
comporta amaioria das pessoas adeptas e adoradoras das
festividadesdefimdeano.Mas esseconceito tem semis-
turadode alguns anos para cá. Com asmudanças e trans-
formações ocorridas nomodelo e estrutura das famílias,
tradições como reunir os parentes na ceia de Natal têm
sido cada vez mais deixadas de lado, apesar de a gran-
de maioria ainda manter esse costume. Ganhou força a
autonomia, a independência de cadamembro da família.
Paralelo a isso está a destorção do real propósito doNa-
tal, queé, paraos cristãos, acomemoraçãodonascimento
de Jesus. Passar a noite de Natal demaneira alternativa,
sem estar reunido com a família, pode ser, para alguns,
estranho e até interpretado como falta de consideração e
respeito. Para outros, nem tanto. Da impossibilidade de
estar junto com a família à escolha por curtir uma balada
na ceia, oNatal cumpre seu papel, mobiliza e sensibiliza
as pessoas.
Segundo a psicóloga Dra. Rosana Machado, 49, que
tem pós-graduação em psicodrama e é fundadora daCasa
Flor - Espaço Clínico, a principal atribuição da mudança
decomportamentodaspessoas frenteàscomemoraçõesdo
Natal se dá em virtude, eminentemente, da reformulação
dos moldes familiares. "Com as mudanças no modelo de
famíliaaspessoas se sentemmais livrespara fazer escolhas
que não repetem o que foi praticado por um ancestral. A
vidamudou.Nossa realidade é outra em termos de família.
Tem os filhos do primeiro casamento, do segundo, etc. E
oNatal acolhe todas estas realidades", comentaMachado.
Aescolha por passar oNatal - que sugere a tal reunião
de família - longe de casa, com os amigos ou até curtin-
do uma balada pode não ser interpretado com bons olhos
por parentesmais tradicionais. É uma situação que requer
bom senso e, sobretudo, o respeito pela escolha do indi-
víduo.ADra. RosanaMachado ressalta a importância da
prática da compreensão e do repeito entre os familiares,
principalmente no período natalino. "O respeito facilita o
convívio emharmonia incluindo as diferenças e permitin-
do que ideias, religiões, filosofias, entre outros pontos de
vista diferentes convivam, compondoum cenáriopacífico
e amoroso. Na sua ausência, gera dificuldades e contribui
para aumentar os desentendimentos, potencializando as
violências emocionais e físicas", diz.
Acostumadoapassar todoanooNatal juntoda família,
o técnico em informática RobertoGarcia,
27, escolheu em 2013 uma experiência
diferente: foi para a balada. O local esco-
lhido foi a oClubA, nobairrodeMoema,
emSãoPaulo. Comonuncahaviapassado
oNatal longedos pais e irmãos, estranhou
enão templanosde fazernovamente. "Por
incrível que pareça, a casa [balada] lotou.
Pramim foi apenas uma experiência dife-
rente, mas que não quero repetir. A dica
que dou é que, se possível, aproveitem ao
máximo estar com a família reunida, por-
que nunca sabemos quando isso não será
mais possível. Independente da data co-
memorativa", contaRoberto.
Caso similar é o deMatheus Sena, 22,
quenão foi paraabalada,mas escolheues-
tar junto com a família da namorada (hoje
ex) e definiu a situação como "estranha",
Debaladana ceiaa
reunião familiar, Natal tem
comomarcaodiálogo
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