CityPenha dezembro 2014 - page 14

Dezembro / 2014 - nº 91
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D
estaque
já que os hábitos e costumes da família dela são diferentes
dos praticados pela família dele. "Participei da ceia com a
famíliadaminhaex-namoradanoanopassado.Foium tanto
quanto estranho.Alguns costumes deles são diferentes dos
meus.Minha famíliaémuitogrande.Adela, nem tanto.Não
estávamos emmuitas pessoas, como é na minha família",
comenta Sena, que reverencia as comemorações de Natal
em família por conta de que no restante do ano, devido às
responsabilidades de cada um, é inviável a reunião de toda
a família. "Durante o ano é praticamente impossível reunir
todomundo. JánoNatal conseguimos", diz.
O psicólogoDr. MayconGustavo Souza, 25, pós-gra-
duando em psicologia na rede básica de atenção à saúde
pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
São Paulo, diz que o melhor caminho para se alcançar o
equilíbrio, sem que nenhum integrante saia magoado, é a
conversa eo estabelecimentode acordos comquemquiser
seausentar duranteos festejosdeNatal. "É interessante fa-
zer com que esses sujeitos possam conversar entre si para
chegar aacordosquedeixemas relações equilibradas, uma
vez que, dependendo da situação, alguém vai se sentir in-
ferior, excluído, etc. Não se pode obrigar uma pessoa a
passar a ceia com a família, caso ela não queira fazê-la,
porém é precisoque essamesma pessoa aomenos procure
estar integrada de algumamaneira com a família.Que não
fique 100% desprendida", orientaSouza.
Há, entretanto, muitos casos de impossibilidade de
estar junto à família, inclusive em épocas festivas. Quem
mora muito longe, que está em viagem de trabalho, es-
tudando noutro país muitas vezes não tem condições de
se deslocar até a casa dos familiares para passar o Natal.
Nestes casos cabe a criatividade e, de certa forma, o desa-
pego, para que a comemoração não se torne ummartírio
ou ummomento demelancolia, já que a ocasião sugere a
união familiar. O jornalista Vinícius Ribeiro, 28, passou
por um episódio assim. Alguns anos atrás esteve fora do
país em busca de experiência profissional e para aperfei-
çoaro inglês.Operíodoemqueestevenocontinentenorte
americano coincidiu com o Natal. E, evidentemente, não
haveria a possibilidade de estar fisicamente próximo aos
pais, tios e tias. O jeito foi se reunir com o amigos de lá
e fazer uma grande festa, que acabou sendo marcante e,
segundo ele, extremamente bacana.
"Passei com amigos. Cerca de 25 a 30 pessoas. E eu
mesmo fiz a ceia, foi bem divertido. Trocamos presen-
tes deAmigo Secreto, comemos e bebemos bastante. Foi
muito legal mesmo. Teve gente de tudo quanto é lugar do
mundoe todosconfraternizando juntos", relembrao jorna-
lista, que, havendoapossibilidade, nãoabremãodepassar
oNatal em família. Para ele, assim como para amaioria,
o clima natalino remete à família e oAnoNovo pode ser
destinado aos amigos e badalações. "Eu acho bem impor-
tantepassar essadata com a família.Hoje e cadavezmais
as pessoas querem independência e se afastam da família.
O natal, paramim, representa a união da família, ummo-
mento para ficar junto, para se curtirmesmo.Ano novo já
émais balada, diversão, aproveitar o último e o primeiro
dia do ano", dizRibeiro.
Apesar de ausentá-lo dos familiares durante uma das
principais datas no calendáriomundial, o caso deVinícius
foi abrandado com a presença de amigos e novos colegas,
que, na mesma sintonia e situação, fizeram bom proveito
domomento. Festejaram.Noutros casos, porém, nãoébem
assim que funciona. Há os que, longe da família e/ou com
poucos amigos, tendem a se entristecerem. Segundo oDr.
Maycon Souza, não é interessante que a pessoa envolvida
nessa situação se isole ainda mais, tentando se afugentar
do climanatalinoparanão remeter ao climadeunião fami-
liar - que não está vivenciando naquele ano. "Pensando de
maneiramaisgeral, nãoconsidero ser interessante focar em
outrassituações, umavezqueessapessoavisualizaráoutras
famílias comemorandoadata, queébastantepopular.O in-
teressante seria entrar em contato com os fami-
liares nodiadenatal para lhes desejar bons votos
e também para recebê-los, pois seria revigorante
à pessoa e também para o restante da família",
explicaoprofissional.
O que se espera do Natal, independente de
onde se vai festejar ou se será comemorado de
maneira tradicional ou inovadora, é que haja
boas vibrações e um sentimento positivo, com
a família e com os demais círculos de convívio.
E, comomuitoditopor líderes emdiversas esfe-
ras da sociedade, tentar levar o espirito fraterno,
de paz e amor por todo o restante do ano. "O
amormuda a realidade.ONatal éum convitede
amor e uma oportunidade de experimentar este
sentimento nos 365 dias do ano, se abrindo para
celebrar a vida", finaliza a psicólogaDra. Rosa-
naMachado.
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