citypenha_ed92_site - page 42

Janeiro / 2015 - nº 92
42
Após festadefimdeano, Cooper Paulistana
buscadriblar opreconceitocontraosetor
D
estaque
Apósmaisumperíododeprestaçãodeserviçosno transpor-
te coletivo da cidade de São Paulo, a Cooperativa Paulistana,
queatendeapopulaçãodaZonaLeste, promoveuuma tradicio-
nal festa de confraternização de fim de ano, que reuniu coope-
rados e convidados, no último dia 13 de dezembro, noPalácio
Grená, SalãoNobre doClubeAtlético Juventus, naMooca. O
evento foi inteiramente patrocinado pelos parceiros da coope-
rativa, que atua no Subsistema Local, fazendo deslocamentos
internos, ligando o bairro às grandes vias, terminais e estações
de trem emetrô.ACooper Paulistana, ouG1, como também é
conhecida, atende cerca de 13milhões de pessoas diariamen-
te, igualando e às vezes ultrapassando a quantidade transpor-
tada pelos veículos de grande porte do Subsistema Estrutural,
tambémfiscalizados e administrados pelaSPTrans - SãoPaulo
Transportes equecirculamnosgrandes eixos evias.
Muito se comentou e proliferou sobre uma possível má
condutados profissionais de lotação, como épopularmente co-
nhecidoo ramodas cooperativas.Coma regulamentaçãodesse
sistema de transporte, ocorrido em 2000, na gestão de Marta
Suplicy,muitas linhas chamadas de clandestinas que funciona-
vamnacidadedeSãoPaulo foram fechadas.Mas,mesmocom
praticamente a extinção da ilegalidade do setor, muita gente
ainda teme, àsvezesprecipitadamente, aatividadedascoopera-
tivasatuantesnoSubsistemaLocal (lotações). “Opessoalpensa
que na lotação só tem bandido. Mas cada carro que existe na
cooperativa tem seudono.Eessepessoal sedói pelo seuveícu-
lo, que deve estar em bom estado, com pintura e etc.Além do
mais, tem a fiscalização da SPTrans. Nós defendemos 620 co-
operados.Não aceitamos o rótulode que perueiro é bandido, é
ladrão.Anossagaragem [cooperativa]nósdefendemos, porque
são mais de 600 pais de família que geram outros empregos,
que batalham no dia a dia com amenor tarifa de São Paulo”,
comentaMaurícioHenriquedosSantos, diretordaCooperativa
Paulistana, aG1.
Opapel fundamentaldas linhasde lotaçãoédaracessoàpo-
pulaçãode regiões periféricas aos grandes centros pormeioda
integraçãocomavenidasdegrandeporte, terminaisdeônibuse
estaçõesmetroviárias, assimcomoosônibusmaiores têmaca-
pacidade de transportar um númeromais elevado de passagei-
ros e realizar viagensmais longas e duradouras. “A linha local
busca opessoal nas comunidades lá embaixo e traz para onde
tem uma linha estrutural de ônibus ou demetrô. Elas alimen-
tamo transportedefluxomaior. Eessas regiõesperiféricasnão
interessam às empresas deônibus, porqueos veículos não con-
seguiriampassarnas ruas”, explicaSantos, justificandoe ressal-
tando a importân-
cia dos dois tipos
de serviços para a
população.
Umadasprincipaisdiferenças entreos sistemasde lotações
e ode ônibus está na detençãodoveículo. No casodas coope-
rativasde transporte local ocarroédepropriedadedocondutor
ecooperado, queéquemdevemanteroveículodentrodasnor-
mas estipuladas pela SPTrans, como o tempo de uso e a idade
doveículo, quenãodeve ser superior a seteanos.Nestecaso, a
trocadeveser feitapelodonodocarro.Sóassimele terápermis-
sãoparacontinuar atuando.Nocasodosônibus convencionais,
a troca do veículo é de responsabilidade da própria empresa e
o tempode uso émaior, nãopodendoultrapassar dez anos.Ou
seja, com um veículo menor que faz mais viagens durante o
dia, amanutenção e os reparos também se tornam aindamais
necessários. Todo e qualquer ajuste realizado no veículo é de
responsabilidadedoproprietário.Contandocomaalçadadaco-
operativa, esteproprietário tem, por exemplo, agaragem como
local para deixar o carro, mecânico especializado em casos de
problemas no veículo, convênios com outros profissionais do
ramo, entreoutros. “Nós temos linhas que, emhoráriodepico,
faz intervaloentreoscarrosde trêsem trêsminutos.Esse tempo
muitas vezes éo suficienteparaos passageiros subiremnoveí-
culo.Seeles subissememdoisminutos, faríamosumprograma
horáriodedois emdoisminutos”, contaMaurício.
Alémdamanutençãoeadequaçãodeacordocomasexigên-
ciasdaSPTrans,cadamotoristade lotaçãopodeserconsiderado
um empresário, pois, antes de iniciar na carreira, obviamente
que ele deve fazer o investimento no carro, que custa hoje em
média R$ 215mil (com duas portas) e R$ 300mil (com três
portas). “Hojenósestamos trocandooscarrosde2007.Ouseja,
você tendoounãodinheirona hora, é necessário trocar”, diz o
diretordaCooperativaPaulistanaMaurícioSantos. “Aspessoas
queestãohojena lotaçãosãopessoasqueacreditaramnessesis-
temade transporte.Pensavamquenósnãoconseguiríamos,pois
semprehaviauma exigênciadiferente.Mas agaragem (coope-
rativa) sempre foi seadaptandodeacordocomaSPTrans.Hoje
nós temos o ônibus de três portas e já se fala em ter o ônibus
padrão [convencional]”, comentaMaurícioSantos.
Segundo ele, o principal motivo do preconceito que ainda
existecom relaçãoos lotaçõessedáporcontadamaneiracomo
as coisas aconteciam antes da regulamentação da atividade na
cidade deSãoPaulo. “Naquela época acontecerammuitos aci-
dentes, batidas, ehaviamuitagentequenãoestavaaptaa traba-
lhar com transporte coletivo.Não tinhanormas e regulamentos
que faziam as pessoas trabalharem de forma adequada, como
acontecehojeemdia.Hojeé tudo regulamentado. Eessaques-
tãodopreconceitoécomplicada. Porquedáa impressãoqueas
empresas de ônibus sãomelhores que as cooperativas de lota-
ção. Mas ambas são regulamentadas pela mesma companhia,
queéaSPTrans”, explicaefinalizaMaurícioSantos, diretor da
CooperativaPaulistana.
PorAriltonBatista
1...,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41 43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,...68
Powered by FlippingBook