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Julho / 2016 - nº 110
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Já reparou que todas as manhãs, assim que você acorda,
uma das primeiras coisas que faz é escolher a roupa que lhe
fará companhia durante o dia? Pode ser aquele pijama gos-
toso para um dia preguiçoso, um vestido leve para passear
com as amigas, ou ainda aquela camisa sofisticada para uma
reunião importante. As peças que veste funcionam como um
abraço de bom dia e acompanham você ao longo de sua jor-
nada. As roupas são aliadas importantes, já que podem repre-
sentar um aconchego confortável ou até a primeira impressão
que transmite para os outros.
Para a psicoterapeuta Celia Lima, sentir a pele confortá-
vel pelo contato de uma roupa limpa, macia e que não limita
os movimentos permite uma espontaneidade nos gestos, fa-
zendo com que a pessoa possa se revelar
sem incômodos. No entanto, mais do que
estar bem vestidas, as pessoas vêm procu-
rando cada vez mais o conceito de "bem-
-estar vestidas". De acordo com a designer
e consultora de moda, Keka Ribeiro, isso
significa que além de beleza e conforto,
as peças do guarda-roupa também devem
proporcionar bem-estar.
"Todos nós - homens, mulheres e até
crianças - gostamos de usar uma roupa bo-
nita, com estilo e inovadora. Mas indepen-
dente da escolha, sentir bem-estar ao ves-
tir é fundamental. Afinal, estamos vivendo
um momento de busca por mais qualidade
de vida e a roupa, por fazer parte da "pele"
que escolhemos para determinada oca-
sião, torna-se um excelente suporte nessa
jornada. Hoje em dia não basta um vesti-
do elegante, lindo e sofisticado. É preciso
que esse vestido seja confortável, tenha um bom toque e um
cheiro gostoso. Sentimos a necessidade de nos vestir para o
mundo, mas também para nós. Gostamos dessa sensação de
que está tudo bem, por dentro e por fora", explica Keka.
Qual história sua roupa tem para contar?
Quem é que não tem aquela camiseta velhinha que adora
usar em dias mais tranquilos? Ou uma peça que foi compra-
da por um motivo especial ou usada em uma ocasião ines-
quecível? As roupas podem guardar sentimentos, sensações
e lembranças. Celia Lima acredita que essas são as peças que
"não envelhecem" e, mesmo que não sejam mais usadas, difi-
cilmente sairão da gaveta. Afinal, possuem uma história para
contar e ativam a memória de algo bom.
De acordo com Keka, as primeiras relações com a roupa
são traçadas quando a pessoa adquire ou é presenteada com
uma peça nova. E a dica para escolher roupas que façam você
se sentir bem é ouvir a própria essência. "Procure evitar com-
prar por impulso ou com base na opinião do outro. Escolha
as peças de acordo com o que você acredita e quer expressar
para o mundo. Cuide das roupas que já possui e valorize as
que já adquiriu, pois elas também fazem parte da sua história
pessoal, revelam quem você é, e mostram que tipo pessoa
você constrói todos os dias ao acordar. Essa mágica contribui
para a relação de bem-estar que temos com determinadas rou-
pas", esclarece a consultora de moda.
Roupas podem revelar seu estado de espírito
Além disso, a psicoterapeuta Celia Lima acredita que as
roupas podem refletir parte do que as pessoas estão sentindo
ou buscando. Segundo ela, a personalidade e o estado de es-
pírito de alguém podem ser revelados por
meio dos modelos e das cores escolhidas.
"Pessoas que se vestem sempre de
forma muito sóbria, com cores neutras
e sem acessórios, normalmente querem
passar despercebidas e se camuflar no
ambiente. Normalmente são tímidas, de
poucas palavras. No outro extremo, as
que abusam do colorido vão, naturalmen-
te, chamar mais atenção para si mesmas.
Já o humor pode ser percebido quando a
pessoa muda seu estilo de forma radical,
seja por um momento ou por um perío-
do de sua vida: sai do sóbrio para o ca-
sual, do colorido para o preto, ou deixa
as roupas leves e despretensiosas para
esconder-se em roupas fechadas e mais
pesadas, como forma de se proteger do
mundo", exemplifica Celia.
Vista-se de autoestima
Segundo Celia Lima, as roupas podem influenciar dire-
tamente na autoestima de alguém. A psicoterapeuta acredita
que ao olhar-se no espelho com uma roupa especial, a pessoa
fica mais confiante e se dá conta do quanto fica bonita ou se
sente bem com determinada peça. Esse sentimento oferece a
oportunidade de reverter ou amenizar uma chateação, resga-
tando o bom humor que estava perdido.
Já Keka Ribeiro alerta que não basta a peça ser linda no
manequim da loja, ela precisa fazer com que a pessoa se sinta
bonita. "Roupas que nos deixam bonitos e confortáveis re-
metem à sensação de bem-estar e tranquilidade, fazendo com
que a autoestima melhore instantaneamente. Para saber se de-
terminada roupa é a ideal, questione se a peça escolhida faz
você se sentir bem por dentro e por fora, deixando-lhe con-
fiante consigo mesmo e para realizar seus desejos", aconselha
a consultora de moda.
Roupaterapia: bem-estar vestido
Além de beleza e conforto, roupas também devem proporcionar prazer
C
omportamento
por Valéria Franca
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