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Julho / 2016 - nº 110
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Vivemos numa mudança muito significativa e intensa de épo-
ca, conceitos e referências. As pessoas estão em constante busca
do sentido da vida e da vivência dos valores que permanecem,
capacitando sempre melhor as relações intersubjetivas em vista
de uma sociedade mais humana.
Os grandes avanços da tecnologia e a velocidade sempre
maior da comunicação, não podem ocultar os sentimentos, a ca-
pacidade reflexiva, a fé, a esperança e a caridade dos seres hu-
manos, para que a fome, a corrupção, as guerras, as injustiças
sociais, o individualismo não se tornem paisagem cotidiana.
No Brasil comemora-se no dia 19 de julho de todos os anos
o
Dia da Caridade
. Apesar de pouco conhecida, essa data foi
estabelecida pela lei federal nº 5.063, de 4 de Julho de 1966, em
plena ditadura militar, pelo então presidente Humberto Castelo
Branco, e propõe que:
Art. 2º
A organização do plano para as comemorações ficará
a cargo dos Ministérios da Saúde e Educação e Cultura, constan-
do obrigatoriamente, sem prejuízo de outras iniciativas, de visi-
tas a hospitais, casas de misericórdias, asilos, orfanatos, creches
e presídios, e a todos os demais lugares onde a pobreza e a dor
mais se façam sentir.
Um dia especial, que muitos desconhecem, para a Caridade
possibilita a todos (as) refletir e resignificar o sentido e valor da
caridade nos dias atuais, bem como sensibilizar a sociedade para
a sua importância.
Se buscarmos no dicionário o significado da palavra Carida-
de, encontraremos:
A palavra “
Caridade
” tem sua origem no Latim, de um ter-
mo que significava “afeto ou estima”;
Caritas
. Este termo latino,
por sua vez, é derivado de outro
Carus
, que significava “agradá-
vel, querido”.
Na história da humanidade, a caridade sempre se fez presente
sendo evidenciada não apenas pelas igrejas, mas por diferentes
grupos, famílias, pessoas que, de inúmeras formas, se sintam
chamadas à prática do bem.
Segundo o Catolicismo
A doutrina católica classifica a caridade como uma das virtu-
des teologais e uma das sete virtudes. O Cristianismo afirma que
a caridade é o “
Amar ao próximo como a si mesmo
”.
A
caridade
, segundo Jesus, não se restringe à esmola,
abrange todas as relações em que nos achamos como os nos-
sos semelhantes, sejam eles: nossos inferiores, nossos iguais ou
nossos superiores.
Segundo o Protestantismo
No original grego, assume um significado especifico, que
tem mais sentido como um comportamento, uma escolha do que
propriamente com sentimentos, tendo como possíveis significa-
dos: afeição ou benevolência, amor caridoso e querido. Aparece
em inúmeros textos bíblicos
• O amor de Deus ou de Cristo como em RM 5:5; EF 2:4;
• Amor fraterno como em 1CO 4:21;
Segundo o Espiritismo
ADoutrina Espírita entende a caridade como um dever moral
de todo homem e que não se resume apenas ao auxílio material.
No Livro dos Espíritos, item 886 de Allan Kardec.
Segundo o espirito EMMANUEL, psicografado por Fran-
cisco Cândido Xavier, define que o verdadeiro sentido da pa-
lavra caridade:
• Benevolência para com todos,
• Indulgência para as imperfeições dos outros,
• Perdão das ofensas.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois
amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e
que desejaríamos nos fosse feito.
Segundo o Budismo
Acaridade não é um conceito chave no Budismo. Um concei-
to importante e próximo é o da
Generosidade
. A generosidade é
o primeiro e mais básico paramita, ou seja, uma das maneiras de
atravessar de samsara para a iluminação.
Há três tipos de generosidade: material, de conhecimento
e a de tirar os seres de um estado de medo. Sendo o amor, que
é a motivação de querer que os outros seres sejam felizes e a
compaixão, que é a motivação de querer que os outros seres
não sofram.
Segundo o Judaísmo
O conceito de caridade é praticamente inexistente na tra-
dição judaica. “Os judeus não fazem caridade: em vez da cari-
dade, o judeu faz Tsedacá,
Justiça
. Quando um judeu faz uma
contribuição em dinheiro, tempo ou recursos aos necessitados,
”não está sendo benevolente, generoso ou caridoso, está fazen-
do aquilo que é certo e justo”. (Baseado nos ensinamentos de
Lubavitcher Rebe).
Assim, na maioria das religiões o Amor é a força que rege o
Universo e a caridade é o ato pelo qual deixamos fluir o amor que
abrange todas as relações com os nossos semelhantes.
Didaticamente se considera a existência de dois tipos de ca-
ridade:
material
: quando damos o que temos e a
moral
: quando
damos o que somos.
Amaterial supre as necessidades do corpo físico, mata a fome,
aquece o corpo do frio e de outras tantas carências. Acaridade mo-
ral é mais difícil, mais elaborada e complexa, pois exigem de nós
Caridade:
É amor, dó ou pena?
D
estaque
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