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Julho / 2016 - nº 110
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S
aúde
Renaura Silva Francisconi Pardal
• CRP 35469-7 • Psicóloga
Clínica e Psicopedagoga • Av. Amador Bueno da Veiga, 1.230 cj 1002 •
• 99299-0932 • 2791-4005
A maioria das pessoas sofre de medos irracionais ou
exagerados em algum momento da vida, contudo, ter
medo não é o mesmo que ter fobia.
O medo é um dos sentimentos que permitiram à espé-
cie humana multiplicar-se e dominar a Terra. Foi graças a
esse sentimento, que nossos antepassados escaparam de
muitos ataques e de outras ameaças naturais. Portanto, por
motivos diversos, algumas pessoas apresentam um medo
patológico, irracional, excessivo e persistente em relação
a situações que estão longe de representar uma ameaça
real. Pode ser de avião, altura, elevador, escuro, animal
doméstico, insetos, injeções ou até mesmo de gente.
Três em cada dez pessoas estão predispostas a desen-
volver um tipo de fobia – esse é o nome do medo e da
aversão doentios – ao longo da vida. As fobias podem ser
tratadas com psicoterapia e medicamentos. Não raro, é
preciso combinar as duas opções. Tudo leva a crer que o
tratamento que consegue os resultados mais rápidos é a
terapia cognitiva comportamental. Ela tem sucesso em até
80% dos casos.
Entre as fobias mais conhecidas, temos claustrofobia
(medo de espaço fechados), aracnofobia (medo de ara-
nhas), decidofobia (medo de tomar decisões), eclesiofobia
(medo de igrejas), afania (medo de perder a capacidade
sexual), agorafobia (medo de lugares públicos ou espaços
abertos), acrofobia (medo de altura), hidrofobia (medo de
água), etc. É claro que, dependendo das circunstâncias,
as pessoas podem exibir reações de medo mais intensas
do que o de costume, onde por exemplo, um animal pode
parecer mais assustador. Uma viagem de avião mais tur-
bulenta pode causar frio na barriga, mesmo a um viajante
experimentado. Mas isso não significa que se tenha adqui-
rido uma fobia.
O medo patológico mais limitante é o de quem sofre
de fobia social generalizada. São pessoas que ficam ater-
rorizadas em situações simples como ir a um supermerca-
do ou a uma loja, comer na frente dos outros, assinar um
cheque quando alguém está olhando ou mesmo usar um
banheiro público.
Veja o que define exatamente essa patologia. A fobia
é sempre em relação a uma determinada situação, objeto
ou bicho.
- É irracional. Por exemplo, não faz o menor sentido
ter medo de galinhas, já que galinhas não fazem mal a
ninguém.
- É um medo desproporcional. Quem tem fobia de
avião leva mais em conta as insignificantes estatísticas
de acidentes aéreos do que a altíssima taxa do sucesso
dos vôos.
- Interfere nas atividades do cotidiano. É comum que
alguém com medo de altura se recuse a trabalhar num an-
dar alto.
A exposição ao estímulo fóbico provoca ansiedade
como resposta imediata.
Uma fobia pode traduzir-se em reações físicas violen-
tas. Ao deparar-se com o objeto do medo, o fóbico pode
ter sudorese e ser acometido por tonteiras, tremedeiras,
taquicardia, pressão sanguínea elevada e dificuldades de
respiração. Muitos têm a sensação de morte iminente.
Para iniciar o controle dos sintomas do medo propria-
mente dito, o paciente aprende técnicas de respiração e de
relaxamento. Depois dessa etapa parte-se para a exposição
ao objeto do medo, de forma gradual. Apesar de todos os
avanços nas técnicas de tratamento, não se pode deixar de
lado um outro remédio: não ter medo de assumir seus me-
dos nem de falar abertamente sobre eles. É o passo inicial
rumo ao tratamento.
Fobias: O medo
persistente e irracional
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