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Julho / 2016 - nº 110
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CityPenha:
Hoje qual é o universo de pessoas da Base?
Cel Pontirolli:
Nós temos, dentro da nossa Organização Mi-
litar, mais de 200 famílias que residem na nossa Vila Militar
de Cumbica. Isso também é um impulso econômico para a
região. Cruzam diariamente pelos nossos portões, aproxi-
madamente 1000 militares, sem contar aqueles militares que
aqui estão para realizar alguns dos cursos ministrados aqui
dentro, no ILA ou CECAT. A maioria desses militares pos-
suem escolaridade em nível superior completo ou em fase de
conclusão, e com distintas formações. Temos aqui psicólogos,
pedagogos, arquivistas, jornalistas, dentistas, farmacêuticos,
enfermeiros, médicos, assistentes sociais, profissionais de
educação física, engenheiros, nutricionistas, administradores,
profissionais de ciências contábeis. E até Aviadores! (sic).
CityPenha:
Pelo que conseguimos perceber, existe uma
grande interatividade com a comunidade de Guarulhos, que
participa de várias atividades. O pessoal vem até fazer cami-
nhada na Base.
Cel Pontirolli:
Essa parte de relacionamento com a nossa so-
ciedade também é um fator muito importante, que vem sendo
mantido pelos Comandantes, através de um bom relaciona-
mento com a sociedade local.
Gostaria de destacar uma missão aérea que realizamos
aqui no 4º ETA, que é a missão de Transporte de Órgãos e
Tecidos. Temos uma equipe de sobreaviso, a qualquer hora
do dia ou da noite, capacitada a decolar com uma aeronave
para apoiar esse tipo de missão, transportando órgãos para
transplante, ou até mesmo equipes médicas para realização
de cirurgias em outras cidades e estados. É a BASP salvan-
do vidas!
Temos também grupos da terceira idade que realiza cami-
nhadas pelas alamedas da Base, com a orientação de profes-
sor de educação física.
Dentro desse aspecto de relacionamento com a sociedade,
desenvolvemos aqui um importante Projeto Social que nos
dá muito orgulho: é o PROFESP (Projeto Forças no Espor-
te), desenvolvido em parceria com os Ministérios da Defesa,
dos Esportes e do Desenvolvimento Social. Através de nossos
militares, acolhemos crianças, na sua grande maioria carentes
e de escolas públicas do entorno da Base Aérea, para a rea-
lização de atividades esportivas. Isto acontece três vezes por
semana, sempre no turno contrário ao escolar. Quem estuda
de manhã vem à tarde, e quem estuda à tarde vem de manhã.
São cerca de 150 crianças, de 7 a 14 anos, que recebem
refeições balanceadas e controladas por nutricionistas da For-
ça Aérea. Aqui, realizam diversos tipos de atividades físicas,
como esporte, ciclismo, jogos e lutas. Também recebem aqui
aulas de reforço escolar e de cidadania, ministradas pelos mi-
litares voluntários. Ao final do turno, elas fazem um lanche
e regressam para suas casas. Há um interesse muito grande
dessas famílias para incluírem seus filhos neste projeto. In-
clusive as escolas atendidas relatam um grande aumento de
procura por vagas, devido á divulgação da possibilidade de
serem incluídas no PROFESP. Entretanto, reputo como nossa
maior contribuição à vida desses jovens o fato de procurar-
mos devolver a eles, a esperança que lhes foi roubada; de-
senvolver neles a capacidade de acreditar em si, e que seus
objetivos podem ser alcançados. Apesar de não ser o nosso
objetivo primário, alguns deles até descobrem sua aptidão
para a carreira militar. Mas no geral, procuramos devolver
para sua escola e para seus pais, jovens melhores do que
aqueles que recebemos; damos a eles uma nova perspectiva
de vida, com uma esperança de futuro melhor, e despertan-
do neles alguns valores que ultimamente estão fora de moda,
como disciplina, amor à verdade, coragem, honra, lealdade,
dever e pátria, bem como o respeito aos mais velhos. Tudo
isso ajuda a devolver a eles a autoestima que há muito tempo
se foi. Esse é um importante e destacado papel social que
prestamos a nossa comunidade local.
E
ntrevista
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