CityPenha junho 2015 - page 10

Junho / 2015 - nº 97
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Como apresentar
seu namorado(a)
para seus filhos
C
omportamento
As estatísticas mostram que são cada vez mais fre-
quentes os casais que se separam ou enfrentam a morte
entre um deles. Grande parte desses casais tem filhos, o
que supõe que muitas pessoas irão enfrentar o processo
de apresentar os seus filhos a um novo membro e que
estes, por sua vez, terão de conhecer, provavelmente,
não só o namorado da mãe, mas também a nova namo-
rada do pai.
Com a estrutura familiar rompida, os filhos já estão
tendo que lidar com uma perda nada fácil de ser vivida,
tendo que se acostumar com uma nova rotina de viver
sem um dos pais ou de dividir seu tempo entre a casa
do pai e a da mãe, no caso de separação. De qualquer
forma, o filho(a) precisa aceitar o fato de que o pai e a
mãe não são mais um casal, e não estão mais juntos.
É claro que nem sempre as crianças e adolescentes
estão preparadas para lidar com a situação e entender a
presença de um novo integrante dentro da sua vida. E
antes de explicar o seu atual momento é importantíssimo
deixar claro para o seu filho que ele não é responsável
pela separação e nem por uma reconciliação dos pais.
Enquanto esta perda não é elaborada, fica difícil
aceitar outra pessoa que, para ela, irá bagunçar ainda
mais o seu mundo.
Conversar e compartilhar os sentimentos se torna
fundamental nessas horas. É claro que é desnecessário
contar todos os detalhes, mas o diálogo evita algumas
surpresas desagradáveis.
Mas você conheceu uma pessoa e começou a sair
com ela. Papo vai, intimidade vem e ambos percebem
que a relação, sim, pode engatilhar! Então, é hora de
oficializar essa união e namorar.
Mas você tem filhos e se pergunta: como eu devo
‘apresentar’ o meu namorado(a) aos meus filhos? Há
um jeito adequado de fazer isso? E se eles o rejeitarem?
Ou se ficarem com ciúme com essa nova rotina?
O primeiro motivo para a não aceitação do namoro dos
pais é o ciúme. Este sentimento pode ser definido como o
cuidado daquilo que possuo, para evitar sua perda.
É natural que as crianças sintam ciúmes e, por esse
motivo, agridam o(a) namorado(a) verbalmente. Prepa-
re-se para ouvir algumas vezes algo como: “Você não
é minha mãe!”, ou até mesmo “Só obedeço aos meus
pais”, e por aí vai… Mas é muito importante que você
se contenha e tente entender que essas atitudes são na-
turais e vão melhorar conforme avança o tempo, quando
a fase de adaptação dessa situação já estiver digerida!
De qualquer modo, o fato de os filhos não gostarem,
não aceitarem ou sentirem ciúmes dos namorados dos
pais
não é passível de punição
, pois se trata de um sen-
timento. Só podemos punir comportamentos, nunca os
sentimentos e as emoções.
Temos que garantir aos nossos filhos o direito de ex-
pressarem seus sentimentos. O que pode ser passível de
punição é algum comportamento hostil que desrespeite
o namorado ou a namorada.
Para diminuir as possíveis tensões e para os filhos se
sentirem menos ameaçados, no primeiro encontro criar
um ambiente de confiança, saudável e de segurança para
evitar fatores de atrito, ansiedade e eventual rejeição,
podendo ser feito em um local neutro, não na casa da
criança ou adolescente, como um restaurante, um par-
que etc. isto pode gerar um clima mais agradável e des-
contraído. O(a) filho(a) encontrará a nova pessoa longe
do seu “território”, e com isso tende a ficar menos tensa,
retraída e na defensiva, e consequentemente mais aberta
a conhecê-lo(a).
Procure compartilhar, e não dividir ou substi-
tuir:
Sempre é menos sofrido para a criança se ela se
sentir acolhida e respeitada e não pressionada e ques-
tionada. Ser suave, ser simples e estar junto ajuda a ser
mais bem recebido.
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