CityPenha junho 2015 - page 16

Junho / 2015 - nº 97
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Para especialista,
respeito é a base
para relacionamentos
bem-sucedidos
D
estaque
por Arilton Batista
Em tempos de overdose de informações, possuir opinião
contrária a do parceiro ou da parceira é cada vez mais co-
mum. Noutras décadas, dependendo da criação ou dos cos-
tumes familiares, eram mal vistos os casais que pensavam
muito diferente, que pertenciam a religiões distintas, que ti-
nham posições políticas contrárias e até se torciam para times
rivais no futebol. Os próprios casais colocavam o relaciona-
mento em xeque, caso percebessem divergências radicais de
opinião entre eles. Houve a máxima de que apenas pessoas
com costumes e gostos iguais se atraiam e construiriam um
relacionamento bem-sucedido, o que, graças as transforma-
ções da sociedade, vem se tornando um mito. Especialistas
defendem a ideia de que o respeito é um dos fatores mais
importantes para lidar com as diferenças entre o casal e para
a construção de um relacionamento de sucesso.
A prática, porém, é bem mais complicada do que a teo-
ria. Conviver com as diferenças sempre foi um grande de-
safio na relação humana, independente do nível de contato
– seja conjugal, de amizade, familiar ou profissional. As di-
vergências de ideias que envolvem o casal, entretanto, pare-
cem sempre exigir mais dos envolvidos, principalmente por
conta do desgaste natural que o relacionamento atinge com
o passar do tempo. Para a psicóloga coordenadora do curso
de psicologia da Universidade Cruzeiro do Sul, Simone Do-
mingues, os indivíduos precisam, sobretudo, compreende-
rem e aceitarem as diferenças. Segundo a profissional, que
também é membro da diretoria da Associação de Psicologia
de São Paulo, antiga Sociedade de Psicologia de São Pau-
lo, alguns casais acreditam estar numa disputa. “Quando as
pessoas entendem que são diferentes, porque cada um tem
sua história, sua personalidade, mas apesar disso se atraem,
elas aprendem a respeitar as diferenças. Administrar essas
diferenças é entender que não estamos numa relação dis-
putando, como numa brincadeira de cabo de forças, em
que apenas um vai ganhar. Administrar é respeitar a di-
versidade”, diz Domingues.
Juntos há 25 anos, sendo 17 casados, o represen-
tante comercial Adilson Garcia, 47, e a coordenado-
ra pedagógica da Secretaria Estadual de Educação
Andréa Valentim, 42, são um exemplo de que a
falta de compreensão pode ser uma pedra
no sapato no convívio do casal, gerando
um desconforto que, na maioria das
vezes, é evitável. A história deles
também ilustra muito bem a im-
portância do diálogo e do respei-
to. Ela, torcedora do São Paulo.
Ele, do Corinthians. No começo,
tudo bem. Como o relaciona-
mento inciou de forma rápida,
o tema futebol não veio à tona.
Mas ainda no primeiro ano de
namoro o São Paulo sofreu uma
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