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Junho / 2017 - nº 121
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O termo cultura árabe é usada de forma bem genera-
lizada englobando muitos povos e grandes regiões, mes-
clando tradições que nem sempre são iguais, mas que tem
muito em comum. De forma geral a cultura árabe possui
valores como lealdade, honra, tradicionalismo e conserva-
dorismo. Por conseguinte, valorizam a amizade, o respei-
to, a paciência e a privacidade.
Vale destacar que os povos árabes foram grandes cria-
dores, transmitindo ao mundo ocidental conhecimentos
de navegação que permitiram avanços notáveis, como a
bússola e o astrolábio.
Além disso, seus alquimistas foram os precursores da
química moderna e a eles é atribuída a descoberta do álco-
ol. Os matemáticos foram igualmente importantes, donde
herdamos o conhecimento sobre os algarismos arábicos,
a álgebra e o conceito do zero (trazido da Índia). A par-
tir destes cálculos algébricos, a engenharia e arquitetura
árabes puderam construir belíssimas mesquitas, palácios,
com seus arcos, cúpulas e minaretes, todos eles bem orna-
mentados pela arte decorativa dos arabescos, onde predo-
minam os motivos geométricos de influência persa, india-
na e bizantina.
O povo árabe de forma geral é alegre e adora festejar
em meio a muita comida, música e dança.
Esses três componentes, comida, música e dança estão
presentes em grande parte das tradições e das lendas de
todo o mundo árabe, muito difundidas a partir das histórias
das Mil e uma Noites, onde o romantismo e a aventura têm
grande destaque.
De forma geral a dança é uma parte integrada na músi-
ca árabe. É difícil acreditar que uma dança que interpreta
em tão alto grau cada nuance da música possa ter mudado
tanto, quando você sabe que a música tem fortes raízes
que voltam ao passado da cultura árabe. Ambas, música e
dança são parte do dia a dia no mundo árabe; pessoas se
encontram, tocam e dançam como parte do cotidiano. A
dança e a música tradicional são também elementos im-
portantíssimos em ocasiões especiais como casamen-
tos, que duram em média três dias.
Uma das danças mais conhecidas, a Dança do Ventre,
não tem sua origem muita clara, mas a teoria mais acei-
ta diz que ela surgiu no Antigo Egito, em rituais, cultos
religiosos, onde as mulheres dançavam em reverência as
deusas. Com movimentos ondulatórios e batidos de qua-
dril, as mulheres reverenciavam a fertilidade e celebra-
vam a vida. Ou seja, tratava-se de uma dança ritualística,
em caráter religioso, sem apresentações em público. Es-
sas mulheres reverenciavam as deusas que acreditavam
ser as responsáveis pela vida da terra, pela vida gerada
no ventre da mulher, e pelos ciclos da natureza. Há quem
diga que ao dançarem as mulheres também se prepara-
vam para ser mães, já que a movimentação da Dança do
Ventre ajudava a fortalecer a região pélvica, facilitando
o parto. Quando os Mouros invadiram o Egito, eles se
apropriaram da Dança do Ventre e a disseminaram para
o resto do mundo árabe e ocidental.
Magia e Alegria
da cultural árabe
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