CityPenha março 2014 - page 44

Março / 2014 - nº 82
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A mulher sempre reinventando
o seu papel na sociedade
No princípio era um paraíso. Um exímio artista e muito
criativo, fez o homem e depois uma mulher formada a partir
de um pedacinho.
Formas suaves e arrendadas, beleza incontestável, o par
ideal para a masculinidade de seu companheiro. Mesma es-
sência, diferente função.
Mesma tarefa de dominar o restante da criação e cuidar
dela como administradores sábios e bondosos, mas de dife-
rentes visões. Aliados, amigos, amantes. Estava completa a
obra perfeita do Criador.
Mas algo aconteceu, algo mudou essa perfeita sinergia.
Os homens esqueceram que a mulher fora tirada de uma cos-
tela, não dos pés e as mulheres de mesmo modo, esqueceram-
-se de sua origem.
Os resultados desses esquecimentos foram: o narcisismo,
a competição, suplantação sobre o outro, individualidade e
egocentrismo.
E fomos indo durante séculos e séculos atarantados, ga-
nhando e perdendo territórios emocionais e na sociedade.
Ate que hoje nos deparamos com uma sociedade moder-
na, com a mais alta tecnologia e aparentemente sem nada fal-
tar, com satisfação intangível, mas instável.
O comportamento da mulher a partir do século XX, quan-
do o governo patriarcal reconheceu a necessidade de edu-
cação da população feminina, proveniente das classes mais
abastadas, mas sem pensar em um projeto amplo a todas as
mulheres. Este reconhecimento trouxe à tona o início da per-
sonagem que compõe a busca da Mulher Moderna.
Embora esta mulher já existisse na Roma antiga, na Idade
Média, e na Grécia, porém não era um personagem domi-
nante, pois vivia escondida nos bastidores do cenário prático.
Esta antiga e totalmente atual mulher, era autônoma, e sa-
bia o que desejava, o que nos traz ao hoje, quando o foco da
mulher moderna é tornar-se independente, autosuficiente, e
ao mesmo tempo ser mãe e dona de casa, acumulando assim
muitas funções.
Este perfil da mulher moderna se consolidou depois da
Segunda Guerra, quando a mulher começou a integração no
mercado de trabalho, se inserindo em uma sociedade indus-
trial, onde assumiu uma gama diversa de postos de trabalho,
demonstrado sua habilidade profissional.
Vimos a intensa mobilização de mulheres que exigiam o
seu direito à cidadania sem questionar os outros papéis su-
balternos assumidos pelas mesmas; em outra extremidade,
vemos mulheres que reivindicam sua ampliação na vida pú-
blica, a defesa irrestrita do movimento das trabalhadoras e a
consolidação dos princípios dos direitos humanos.
Contudo, mesmo assim a imagem da dona de casa, que
fica cuidando do seu lar, ainda existe com muita força, pois é
um arquétipo, um símbolo do inconsciente coletivo, um pa-
drão de comportamento que se repete através dos tempos.
Entre as grandes e pequenas demandas, as mulheres ob-
servam que a conquista de sua emancipação abre portas para
a compreensão e a resolução de outros novos desafios.
Sendo assim, o foco maior das mulheres nos dias de hoje,
é atingir a autoestima elevada, por ela não se adequar naquilo
que dela ainda se espera na atualidade.
Apesar de ser taxada como sexo frágil, a mulher tem se
mostrado forte o bastante para encarar os desafios propostos
pelo mercado de trabalho com convicção e disposição.
Apesar de hoje estas mesmas mulheres sofrem muito mais
do que antes, pois, antes da década de 70, ela era aceita so-
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