CityPenha março 2014 - page 45

Março / 2014 - nº 82
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estaque
cialmente, porém o fato de não ser atuante no mercado de tra-
balho e sua independência financeira, acaba por muitas vezes
gerando crises existenciais.
A dificuldade das mulheres modernas de hoje, que tem
uma imagem de autosuficientes, invulneráveis e eficientes em
suas decisões, enfrentam hoje, é não se sentir reconhecida o
suficiente pelo tanto que se dedicam e abdicam.
Amulher de hoje não tem mais tempo para amar romanti-
camente como outrora, trazendo um desalinho na alma femi-
nina, a mulher moderna tem tudo, mas com a sensação de não
ter nada, porque está sempre insatisfeita por não ser perfeita
em todos os papéis cujo peso é maior para quem quer tirar
nota dez em todos os papéis que a sociedade exige.
Em contraponto acaba passando como um trator por cima
de seus próprios sentimentos, como uma mulher blindada,
que não se abre facilmente para relacionamentos e princesas
modernas disfarçadas de executivas.
Neste conflito, quando começa a pensar que se deixar que
os seus sentimentos governem a sua vida, não poderá atingir
os seus objetivos, se fechando, e o faz porque viveu historica-
mente muitos anos de comportamentos subservientes e injus-
tiças sociais seculares em contra da mulher histórica.
Podemos encontrar esta mulher em todas as classes so-
ciais: elas trabalham muitas horas por dia, cuidam da casa,
dos filhos, do seu relacionamento com o marido ou parceiro;
sejam elas que morem no interior, numa comunidade ou
numa bela casa numa grande cidade ou capital do mundo.
O problema é que a mulher sente culpa por tudo. Culpa
porque trabalha fora, porque não trabalha fora, porque tem
dinheiro, porque está sem dinheiro, porque não pode estar
tanto com o filho, porque não está sendo uma boa esposa,
etc. A culpa leva à raiva e provoca disfunções externas e in-
ternas, podendo desencadear doenças emocionais e físicas.
Isso ocorre porque costumam ter dentro de si uma série
de conceitos e estereótipos dos quais dificilmente conse-
guem se afastar, que vêm desde a infância, que ditam sua
total responsabilidade para a idéia de um mundo feliz.
Existe uma responsabilidade a procura do caminho do
meio, em busca da harmonia, isso só será possível para a
mulher autoconsciente, aceitando as suas limitações e fa-
zer apenas o “seu melhor” em qualquer dos seus papéis e
funções que exerça, sem uma cobrança muitas vezes cruel,
transformando a culpa em reconhecimento de suas opções,
e desenvolver critérios de escolha para se dirigir ao verda-
deiro sentido da sua vida.
A mulher deve identificar os mitos e crenças que a res-
tringe, e se permitir experimentar e mudar se não estiver
satisfeita consigo mesma, estando em contato constante
com sua essência.
Só assim ela se fortalece para desempenhar todos os
papéis com uma atitude integradora: fica forte e ao mesmo
tempo flexível para encarar os desafios do cotidiano.
Muitas na ânsia de uma suposta igualdade entre os se-
xos masculinizaram-se, acharam que para trabalhar com os
homens ou no lugar dos homens, precisavam ter as mesmas
características que os homens, mas não perceberam que o que
as dava vantagem e beleza eram justamente suas diferenças.
O mundo nos mostra hoje que a feminilidade e atitudes ti-
das como femininas, até porque são desarmadas pela própria
natureza, é a saída generosa para a crise que o poder masculi-
no construiu. E que destrói o planeta e seus habitantes.
As mulheres detestam o sangue, odeiam as guerras, dos
exércitos regulares ou das gangues urbanas, porque lhes tiram
os filhos e isso é inaceitável.
A fragilidade da mulher, ou melhor, a sensibilidade da
mulher, tem grande colaboração nas influências humanas que
se tenta propagar na atualidade, o mundo passa por trans-
formações rápidas e desastrosas que precisam de mudanças
imediatas. A mulher consegue transmitir a importante e dura
tarefa de mudar hábitos com a clareza e a delicadeza necessá-
ria para despertar o envolvimento de cada indivíduo e a im-
portância da mudança de cada um.
Não tenham duvidas: É preciso voltar os olhos para a
população feminina como grande articuladora da paz.
Cida Lopes
Coach de Eventos Corporativos, Sociais e Gastronômicos
• MBA em Hospitalidade •
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