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Novembro / 2016 - nº 114
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C
omportamento
Estresse ocupacional
saiba como conhecê-lo e combatê-lo
As exigências e o ritmo de trabalho atuais, assim como
a falta de autonomia ou um ambiente profissional ruim po-
dem estar por trás do estresse ocupacional, um dos princi-
pais problemas atuais dos trabalhadores e empresas.
No Brasil, segundo dados da Isma-BR (International
Stress Management Association), 9 entre 10 pessoas que
estão no mercado de trabalho têm sintomas de ansiedade e
47% da população sofre de depressão. Complicações car-
diovasculares e transtornos do sono são algumas conse-
quências do estresse ocupacional na saúde, assim como o
isolamento social e produtividade baixa no trabalho.
Este tipo de estresse é um dos desafios que a grande
maioria dos trabalhadores têm de enfrentar atualmente,
já que seus efeitos acontecem no local de trabalho, mas
também podem repercutir no ambiente social e familiar.
A Dra. Blanca Usoz, especialista em Medicina Ocupacio-
nal e Familiar da Doctoralia, relata abaixo os principais
fatores que levam ao estresse em ambientes profissionais.
Quais fatores estão por trás do estresse ocupacional?
Os fatores causadores do estresse ocupacional são cha-
mados de “riscos psicossociais”, e são: falta de controle ou
autonomia sobre os processos, carga de trabalho excessi-
va, baixo apoio social, horário de trabalho incompatível
ou pouco flexível, compensação insuficiente, entre outros.
Como o estresse ocupacional afeta a saúde?
O estresse ocupacional é um tipo de estresse crônico,
por isso tende a afetar a saúde das pessoas, contribuindo
para o surgimento de transtornos ou doenças cardiovas-
culares, doenças musculo-esqueléticas, síndrome de “bur-
nout” (esgotamento) e depressão. Também pode levar à
adoção de um estilo de vida pouco saudável: má alimen-
tação, transtornos do sono e, inclusive, maior consumo de
tabaco e álcool.
Estes transtornos estão relacionados de tal forma ao
estresse ocupacional que alguns países chegaram a incluí-
-los em listas de patologias do trabalho.
O estresse ocupacional pode afetar a vida social e
o trabalho?
No ambiente social, o estresse ocupacional pode pro-
vocar isolamento e negligência pelas relações sociais (fa-
mília, amigos, cônjuge...). No ambiente ocupacional, essa
situação pode levar falta de engajamento, diminuição de
motivação e satisfação, rendimento reduzido, entre outros,
afetando a produtividade e a competitividade da empresa.
Não tenho excesso de trabalho. Posso estar estressado?
Mesmo que tudo indique que o estresse ocupacional
venha a ser consequência de excesso de trabalho, nem
sempre é assim. Uma atividade ocupacional pouco exi-
gente, sem conteúdo, na qual o trabalhador não possa de-
senvolver suas capacidades pessoais pode ser igualmente
causadora de estresse.
Quais medidas podem ser adotadas para controlar
e prevenir o estresse ocupacional?
As empresas e os trabalhadores têm responsabilidade
sobre a prevenção e o controle do estresse ocupacional.
É fundamental que as empresas percebam a importância
desse assunto e adotem medidas para detectar possíveis
riscos e preveni-los, tanto coletivamente
dentro da organização, quanto individual-
mente. Entre as principais medidas, é pre-
ciso estimular a participação dos funcioná-
rios, para que todos se sintam envolvidos,
ter uma boa comunicação dos objetivos da
empresa e a adaptar a carga de trabalho, de
acordo à aptidão de cada empregado. Por
outro lado, entre as medidas de caráter in-
dividual, deve-se reforçar o estilo de vida
saudável e a resiliência pessoal. Recomen-
do fazer pausas ou descansos no trabalho e
praticar técnicas de relaxamento, pois são
ações que ajudam a administrar melhor as
pressões e exigências do trabalho causado-
ras do estresse ocupacional.
Por Vanessa Mayumi
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