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Novembro / 2016 - nº 114
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Tomaslândia, está no interior do Piauí, à uns 5 quilômetros
da BR-324. Típica cidade do sertão do Nordeste brasileiro.
Uma estrada pavimentada, saindo da rodovia até sua Praça da
Matriz, fazia a conexão com o mundo exterior. A igreja serve
como marco zero e, ao seu redor, em circuito oval, destacam-
-se seus jardins e a fonte ....
Na sua parte urbana pequenas ruas irradiam da praça, for-
mando não mais que dois quarteirões, em todas as direções,
divisando com sua parte rural; e, seguindo no mesmo sentido
de quem veio da BR-324, segue a Avenida Central até deixar
de ser pavimentada e tornar-se uma estrada de terra batida,
serpenteando na parte rural da localidade.
Ao redor da praça - o centro da cidade - encontramos a lin-
da casa do prefeito, as bonitas casas dos comerciantes, o des-
tacamento policial, a prefeitura e a câmara de vereadores. To-
mando-se quaisquer das ruas veremos os dois quarteirões que
compõem a periferia da cidade com seu comércio e as casas
simples dos populares. Também acharemos o Bar do Tonho,
tradicional ponto de encontro das pessoas da cidade, localizado
na divisa pavimentada e de terra batida da Avenida Central,
onde há uma televisão e, por isso, muitas pessoas se encontram
lá à noite para assistir algum programa e saber das notícias.
Jacinto, morador rural da localidade, tinha seu sítio à uns
8 quilômetros da Praça da Matriz. Morava com os pais, a mu-
lher e três filhos. Não completara a segunda série primária e
lia com dificuldade. Mas, gostava de ler o que lhe chegasse às
mãos. Seu sítio não dispunha de rede elétrica, apenas um ge-
rador que mal conseguia manter as luzes acesas à noite e fazer
funcionar o rádio. Televisão, nem pensar, só no Bar do Tonho.
Certa vez, Jacinto estando no Bar do Tonho,
assistiu um filme sobre discos voadores inva-
dindo a Terra, o que muito lhe impressionou;
e, a partir de então passou a
considerar a existência de
extraterrestres. Assim,
ficava horas à noite em
seu sítio olhando para o
céu e divisando as estrelas.
Também pediu para o Tonho,
dono do Bar, que lhe conseguisse a
leitura possível sobre o assunto. Tonho
sempre conseguia leitura em quadrinhos,
o que Jacinto apreciava mais, já que tinha
pouco para ler e mais para ver.
Numa noite escura de julho Jacinto
viu por trás do morro, que divisava seu
sítio com o de uma grande fazenda,
uma enorme quantidade de clarões
que acendiam, apagavam e muda-
vam de cor. Chamou seu pai e sua
esposa e disse que iria dar uma olhada naquilo. Pensou: po-
diam ser extraterrestres!!! Andou quase um quilômetro mor-
ro acima e no cume pode ver muitas luzes que ofuscavam
seus olhos. Foi descendo devagar para ver melhor, porém, o
clarão das luzes o fez tropeçar, se desequilibrar e rolar morro
abaixo em direção às luzes. Quando parou de rolar e tomar
fôlego ergueu a cabeça e por entre uma luz forte enxergou
mais ou menos dois vultos. Ficou pasmo! Os vultos tinham
cabeças metálicas, rosto espelhado, luzes no lugar dos olhos,
corpos com a pele amarela e toda amassada além de pés
grossos e escuros. Para Jacinto o que via era com certeza ex-
traterrestres!! Passou a ouvir a voz de um dos vultos e com-
preender o que dizia! Sem pestanejar, saiu correndo morro
acima de volta para seu sítio.
Chegou no sítio sem fôlego, todo assustado, empoeirado e
assombrado! Recuperando o fôlego, em meio à descrição do
que viu, logo foi dizendo aos familiares: Acabei de ver dois
ET!! Me disseram que vieram de Orion para pesquisar a Terra
e falaram para eu sair dali por que era muito perigoso por cau-
sa de uma tal de “radio ação”!!! Quando percebi que falavam
sem abrir a boca, sai correndo e voltei para cá....
Os familiares de Jacinto ficaram apreensivos e resolveram
ir confirmar o que fora descrito, mas, ao saírem de casa e olha-
rem para o morro não havia mais nenhum clarão por lá. Mes-
mo assim, subiram o morro e no cume ao olharem para baixo
não viram nenhum movimento, nenhuma luz, mais nada.
No dia seguinte Jacinto correu até a cidade e no Bar do
Tonho passou a discorrer sobre sua aventura com os extrater-
restres para todos que estavam ali. Muitos não acreditavam,
outros diziam que ele sonhou ou bebeu demais, mas, Jacinto
tinha certeza do que falava....
Enquanto Jacinto contava sua história; na BR-324, um
comboio de veículos leves e pesados se afastava de Tomaslân-
dia em direção à São Raimundo Nonato. Num dos caminhões
o motorista e o passageiro conversavam: Nossa..., ter de traba-
lhar somente à noite, por causa do calor escaldante é horrível!
Disse o motorista. Verdade..., e, mesmo à noite, usando todo
aquele equipamento de proteção e com aquele monte de luzes,
o calor continuava insuportável! Disse o passageiro. Tem ra-
zão..., você lembra do rosto homem que chegou rolando em
nossos pés? Disse o motorista. Lembro! Parece que encontrou
fantasmas ou... alienígenas... risos... Respondeu o passageiro.
Vai saber...E, quando eu comecei a explicar o que fazíamos ali
e pedir para ele sair por causa da radiação ele subiu o morro de
novo parecendo um raio... Disse o motorista. ...gargalhadas....
Nas laterais do caminhão lia-se: ORION – PESQUISAS
GEOLÓGICAS E PROSPECÇÃO MINERAL...
Alienígenas
Roberto de Jesus Moretti
• Bacharel em Direito pela Universidade
de São Paulo, Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pú-
blica.
C
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