CityPenha Setembro 2017 - page 52

Setembro / 2017 - nº 124
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Mimados
Como identificar:
são narcisistas, teatrais, dependen-
tes e superficiais. Conseguem o que querem explorando
sentimentos como pena e culpa
O que podem causar:
sugam o tempo da vítima, pro-
vocam desgaste emocional e até prejuízos financeiros
O que fazer:
imponha limites e não se perturbe com
as lamentações
Algumas pessoas parecem ter o dom de enlouquecer
os outros. Em menor ou maior grau, são capazes de tornar
a convivência difícil, até insuportável. Pode ser o chefe au-
toritário que controla cada passo do funcionário, o amigo
que não perde uma chance de reclamar da vida ou o paren-
te que aparece para uma visita e consegue destruir móveis
e bibelôs. O fato é que tipos como esses são mais comuns
do que se supõe. Mas a forma como as pessoas reagem a
eles não. Há quem consiga se defender. Há quem recorra à
terapia para superar os traumas do convívio. Com a baga-
gem dos casos colecionados em consultório, especialistas
ensinam a lidar com esses “indivíduos-problema”.
O psicólogo americano Paul Hauck é um exemplo. Há
quatro décadas ele estuda os comportamentos neuróticos.
Em maio, lança o livro Como lidar com pessoas que te
deixam louco. Nele, o terapeuta com mais de 15 obras pu-
blicadas decifrou cinco “personalidades” capazes de fazer
alguém perder a razão – os controladores, os fracassados,
os mimados, os bullies e os desleixados/maníacos por lim-
peza (leia quadros). “Quando você não constrange quem
age de forma irritante e perturbadora, está tolerando esse
comportamento”, disse Hauck à ISTOÉ. “Nós só somos
tratados do jeito que permitimos.” Segundo o psicólogo,
muitas vezes, quem o procura no consultório é a pessoa
errada – ou seja, a vítima. “Vários que estão aqui vêm
porque os que realmente deveriam estar não aceitam trata-
mento”, confirma a terapeuta de casais Ana Maria Fonseca
Zampieri, de São Paulo.
Controladores
Como identificar:
São
centralizadores, ciumentos
e autoritários, mas também
usam charme e sedução para
conseguir o que querem.
O que podem causar:
Ressentimento, baixa auto-
estima, perda do controle
sobre a própria vida.
O que fazer:
Não seja
passivo nem encoraje atitu-
des controladores.
Os grupos mais perigosos são os bullies e os controla-
dores. “Eles podem recorrer à força física e não se impor-
tam com as consequências”, analisa Hauck. “Evite-os a
todo custo, a não ser que você seja forte o suficiente para
se defender.” A dor aumenta e as consequências psicológi-
cas agravam se o agressor é alguém muito próximo. Foi o
que aconteceu com a carioca Luiza Leme. Seu ex -marido
a vigiava constantemente. Lia e-mails, mexia em objetos
pessoais, violava sua privacidade. “Eu queria dar uma de
boa samaritana”, reconhece. “Hoje, sei que limite é saudá-
vel”, diz Luiza, que só melhorou quando decidiu terminar
o relacionamento.
Bullies
Como identificar:
são egocêntricos, humilham e po-
dem apelar para a violência física.
O que podem causar:
baixa autoestima e lesões
físicas.
O que fazer:
Não se iluda com promessas de melhora
nem os enfrente. Em casos mais extremos, é aconselhável
cortar relações.
O bully, valentão que intimida os colegas de escola,
tem seu paralelo entre adultos. A designer paulistana Cris
Rocha, 30 anos, passou maus bocados nas mãos de um.
Ela assumiu algumas contas de um amigo em dificulda-
des financeiras, como a internet banda larga do rapaz, pois
Como lidar com pessoas
insuportáveis
Dicas de psicólogos para conviver com gente capaz de
fazer qualquer um perder a cabeça
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