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Abril / 2016 - nº 107
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Ao iniciarmos este artigo nos lembramos que comple-
tamos neste mês, abril de 2016, 516 anos de nosso desco-
brimento, com erros e virtudes coube aos Portugueses este
feito que nos deixaram um país com uma área geográfica
continental, um país com um só idioma falado e escrito,
obviamente não podemos esquecer-nos dos dialetos e as
línguas indígenas relevantes e ricas culturalmente, mas
circunscritas a uma pequena parte de nossa população. É
importante destacar ainda que Portugal, a época do des-
cobrimento, era uma potência marítima que com sua ar-
mada e feitos tecnológicos impressionantes para aqueles
anos, tais como equipamentos de navegação, construção
das caravelas e geometria das velas poderia facilmente ser
comparado as maiores nações desenvolvidas de hoje.
Entretanto por séculos o desenvolvimento do Brasil fi-
cou restrito a pequenas ações de exploração da costa e re-
pressões a invasões de Franceses, Holandeses e Espanhóis
que gostariam de avançar em nossas fronteiras geográficas
definidas pelo tratado de Tordesilhas.
Historiadores afirmam, no entanto, que nossa identi-
dade como país foi realmente forjada nos movimentos da
Inconfidência Mineira e posteriormente consolidada na
chegada de Dom João VI que embora seja lembrado como
a figura caricata de um monarca sem brilho, proporcionou
ao Brasil, por seu desejo ou pela força das circunstâncias,
buscar seu destino de grande nação.
Depois tivemos o breve reinado de Dom Pedro I com
seu fato maior que foi a independência do Brasil, as re-
gências e o longo reinado de Dom Pedro II que lança o
Brasil a novas conquistas e humaniza o país com a Liber-
tação dos Escravos, grande flagelo da nação, e conseguido
a duras penas com apoio da imensa maioria do povo e
instituições como a Maçonaria, que com seus sentimen-
tos libertários contribuíram decisivamente neste grande
movimento humanista e conseguimos neste período um
relativo desenvolvimento.
No início da república o país se rende a uma oligarquia
cafeeira e dá início ao período café com leite onde forças
de um Brasil agrícola e retrogrado restringe o desenvolvi-
mento social, cultural e industrial Brasileiro. Este período
também é chamado de república velha.
Logo na sequência temos o início da república nova
com Getúlio Vargas que embora sendo um golpe traz al-
guma eficiência no sistema trabalhista e cria um esboço de
uma nova fase de crescimento econômico criando possibi-
lidades para o início na produção de Petróleo e Industria-
lização. Embora o Getulismo no seu começo flertasse com
as forças Nazi/fascistas consegue se recuperar em tempo
e deslocar-se para um eixo desenvolvimentista ligando-se
aos países ocidentais e culminando com o envio de uma
força expedicionária brasileira para a Itália para partici-
par da segunda guerra mundial no lado certo do conflito.
Este fenômeno não se deu apenas por seu desejo pesso-
al, mas sim pela forte pressão popular com movimentos
sangrentos como a Revolução Constitucional de 1932 que
antecede este período, movimento este tão caro a todos os
Paulistas, mas que força o governo federal a elaborar junto
com o congresso uma nova constituição e culmina com
uma modificação na política do estado novo.
Mas o que se destaca nos anos 30 e 40 é aglutinação
da população que revoltada contra um estado que não ca-
minha na direção desejada e inflamada pelos fatos choca
com o governo e leva a todos a uma violência extrema que
se sabe como se inicia, mas jamais como termina e erra
qualquer governo que subestima a capacidade da popula-
ção de reagir a estes desatinos e irregularidades praticados
que modificam asperamente os destinos de toda a nação.
Nós estamos vivenciando um momento no país que
exige muito cuidado porque o discurso proposto pelo atu-
al governo de “Nós contra eles”, considerando ainda, uma
forte redução nos postos de trabalho, uma corrupção que
é recorde não apenas nacional, mas pasmem bate recordes
mundiais, que destrói a maior empresa Brasileira e o pior
acaba com a esperança de toda uma geração de jovens que
perdem o desejo de construir um país melhor podem nos
levar a um ponto de ruptura do tecido social e gerar um
conflito de proporções inimagináveis. Estamos portanto
enfrentando a maior crise brasileira de todos os tempos
pois juntos temos uma crise política, institucional, eco-
nômico/financeira que nos remete a uma zona de conflito
sem precedentes na história republicana brasileira. Há que
se ter a sensatez de fortalecer as instituições, seja o Judi-
ciário, a Polícia Federal, Ministério Público para que de
uma forma rápida se busque a solução adequada, que seja
republicana, constitucional e ao império da lei mas que a
população novamente tenha a esperança que este governo
que vem roubando de forma incomensurável seja trocado
ou modificado de forma radical.
Neste momento turbulento que nosso país enfrenta
destaca-se a maneira cívica como os brasileiros estão se
portando com manifestações republicanas, ordeiras, úni-
cas como se solicitando que as demais instituições ajam
Redescobrimento do Brasil
O
pinião
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