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Julho / 2014 - nº 86
do quanto o bar foi relevante para as bandas e a cena ro-
queira”, comenta.
Robson, ouRobinhoCausador – como é conhecido –,
40, eravocalistadeumabandachamadaCausadoresdeTu-
multo, além de penhense e frequentador de praticamente
todos os espaços voltados para o rock na região. Para ele,
a importância dessas casas de shows e bares foi além da
oportunidade para novas bandas e de um ambiente novo
para a população. “Esses espaços potencializaram a pro-
duçãomusical local, incentivarammuitas pessoas a trilha-
rem os caminhos que a música possibilita, além de terem
ajudado a colocar a Penha nomapa, atraindo para o bairro
pessoas que jamais viriam até ele por qualquer outromo-
tivo. Esse intercâmbio trouxe influênciasmuito positivas”,
ressaltaRobinho.
Apesar de estar no Tatuapé, não tem como não citar a
LedSlay como ícone do rock na região.Após 40 anos fun-
cionando naAv. CelsoGarcia, 5.765, aLed fechou as por-
tas em agosto de 2011 e, desde então, passou a promover
eventos esporádicos na cidade, como no Espaço Victory,
na Penha, naNewsClub, da ruaAugusta, e noEspaçoSP,
no Tatuapé. A principal característica da LedSlay é o fato
de ter aberto espaço para bandas cover de grupos já con-
sagrados e dosmais variados subgêneros do rock, como o
classic, heavymetal, thrashmetal, newmetal, grunge, go-
thic, blackmetal, etc. “De certa forma aLed se tornou um
templo, quase que uma lenda para pais contarem aos seus
filhos.Sob influênciadaLed, outrascasasnoturnasabriram
na região. Isso demonstra a força e o potencial do nome
LedSlay na cena rock da Zona Leste. Ela ficou conhecida
como a tradicional casa noturna de São Paulo, um reduto
do rockde qualidade”, contaBrunoRufinoni, 35, produtor
musical da LedSlay. Grandes bandas internacionais já se
apresentaramnospalcosnaLed, comoGraveDigger,Exo-
dus,Gorgoroth, CannibalCorpse eCandlemass.
Umgrandeentusiastadomovimento roqueironaPenha
foiAdriano Pacianotto, que, além de ter vivido e frequen-
tado amaioria das casas de rockda região, foi proprietário
do Electroshock Pub. Há vinte anos ele atua no ambien-
te cultural, promovendo bandas alternativas e eventos do
segmentocultural. Julgando ser necessárioo resgatedeum
maiormovimento de arte e cultura na Penha, foi que criou
oQ.GProduçãoCultural,meiopeloqual assessora bandas
de rock alternativo, promove eventos como saraus, exposi-
ções, bazares, shows e tudo que tenha envolvimento com
arte, cultura e rock. “A Ska Skate Rock foi nosso último
suspiro. E o rock tende a trazer outras artes. Você pode ter
rockno teatro,na literaturaeemoutros lugares.Sóquehoje
não existe nenhuma casa na Penha que abra espaço para
isso”, comentaPacianotto, quedefendea ideiadequeaarte
e a culturapodem trazer benefícios paramuitos campos da
sociedade, podendo promover, inclusive, a paz. “Você não
muda o mundo se não mudar a sua rua, sua vizinhança e
não começar pelooque está em suavolta”, finaliza.
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