CityPenha Maio/2014 - page 16

Maio / 2014 - nº 84
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Quinta-feira à noite, 18h, céu aberto com estrelas e o
calor é agradável, apesar da enorme quantidade de perni-
longos que rodeiam os arbustos a cerca de cinco metros
alémda linha lateral do campodegrama sintética.Ao lado
do alambrado, um grupo de aproximadamente quatromu-
lheres e um homem. Todos conversam baixo, com sem-
blante confortável. Dentro do campo, no círculo central,
umgrupodeaproximadamente25meninos, quecertamen-
tenão tinhammais de13 anos.Todos sentados. Entre eles,
estavam João Pedro de Santana Oliveira, 10, filho da au-
xiliar administrativaNadir Santana Santos, Caio Petinatti,
12, eMatheus Petinatti, 8, filhos da produtora de eventos
Cinthia Petinatti. Esse é o cenário do campo principal do
CEP–ClubeEsportivodaPenha, ondeoprofessorThiago
Laurindo ensina futebol de campo.
O filho de Nadir Santana, João Pedro, que treina há
dois anos, atualmente é federado no futsal do CEP e está
treinando no futebol de campo após indicação do próprio
professor Thiago, que percebeu talento no pequeno e fez
a sugestão. Desde que o filho entrou nessa rotina, Nadir
abraçou a causa e segue firme em busca da realização do
sonho de João Pedro. Para ela, a mãe exerce papel fun-
damental nesse processo. “Amãe tem que apoiar e não
deixar que ele seja influenciado. Tem que acompanhar,
orientar e fazer com que ele não tire os pés do chão, não
deixe de ser humilde”, comenta amãe.Omaridodela, pai
de João, costuma acompanhar as atividades do filho nos
fins de semana, quandonão está trabalhando.O fatode ter
de conviver num universo ainda eminentemente mascu-
lino não incomoda Nadir, que conta já ter se acostumado
com a situação e que até se sente apoiada com a presença
de outras mães nos treinamentos e nos jogos. “É um am-
bienteque temmuita família, compai emãe juntos.Então,
a gente acaba criando um vínculo de amizade. Eu nunca
me senti inibida com isso. Pelo contrário, a gente se apoia
muito”, diz.
Há quem acredita que a vida de atleta émoleza.Acar-
reira de jogador de futebol é mais curta que dos demais
profissionais, porém, é iniciadamais cedo também.A ro-
tina se baseia nas atividades escolares, de realização de
tarefas, ir para a escola, estudar para provas e ir, e voltar
aos treinos e participar dos jogos – geralmente nos fins de
semana. Ou seja, é corrido e requer esforço e dedicação,
praticamente como um adulto com as tarefas do trabalho.
“É difícil, porque a rotina de treinos é pesada. E tem que
conciliar com a escola.Agente acabadeixandode ter vida
social. Às vezes eu levo o nome de tratante, porque com-
bino alguma coisa com a família e acabonão conseguindo
ir por contado futebol”, conta combomhumor amãeNa-
dir Santana, que diz acreditar que o filho seja merecedor
da realização do sonho. “Se ele conseguir ser jogador vai
sermuitomerecido, eeuestarei do ladodeleparaaplaudir.
Vai ser a realização de um sonho”, comenta.
Realidade semelhante é a da Cinthia Petinatti. Com
umadiferença: no casodela sãodoisfilhos.Omarido, que
é bancário e trabalha longe de casa, acompanha os jogos
dos filhos Caio eMatheus nos fins de semana. Já durante
a semana, nos treinos, quem corre atrás é a mãe, que se
diz bastante habituada com a situação e que nunca se in-
comodou em ter de fazer isso pelo bem estar dos filhos.
“Muitas vezes você acaba estando mais presente com a
Craques forade campo,
mãesajudamfilhosna
realizaçãodosonho
D
estaque
porAriltonBatista
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