CityPenha Maio/2014 - page 18

Maio / 2014 - nº 84
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turma do futebol do que com a própria família, que até
chega a cobrar da gente. Eu sinto que antes havia muito
mais pais nessemeio. Hoje temmaismães”, diz Petinatti,
que atualmentenão está atuandono cargodeprodutora de
eventos paramanter a atenção exclusivamente aos peque-
nos atletas. O filho Caio, omais velho, com 12 anos, foi
“descoberto” na escola e convidado para treinar em ou-
tros clubes antes de chegar aoClube Esportivo da Penha.
JáMatheus, omais novo, com 6 anos, batia bola fora de
campo enquantoo irmão treinava. Foi visto e convidado a
jogar pela Portuguesa, antes de ir para o Palmeiras, onde
está hoje, e começar peloCEP.
Sobre a relação dos estudos com o futebol, Cinthia
conta que tenta equilibrar as partes, mesmo tendo como
prioridade o colégio. Como os clubes – tanto Palmeiras
quanto oCEP– contam de certa forma com os atletas nos
treinos e em jogos, paraCinthianão seria responsável dei-
xar de levá-los comouma formadepuniçãocasonãoeste-
jam bem com as notas, por exemplo. “O técnico e o clube
contam com eles em determinado treino, em determinado
jogo.Agente tira videogame, passeio comos amigos, fes-
tinha de escola; é do futebol para casa, da casa para o fu-
tebol, porque tem essa responsabilidade”, explicaCinthia,
ressaltando ainda que existe umbom relacionamento com
os clubes e com os técnicos nesse sentido. “Sempre se dá
um jeitinho de não afetar os estudos”, diz.
Sobre a importânciadopapel damãe para a realização
do sonho dos filhos, Cinthia diz ser fundamental princi-
palmente para que eles tenham referência do que é certo
e errado, alémde colocar os pés deles no chão, no sentido
de compreenderem que alcançar a realidade de jogadores
como Neymar, por exemplo, é muito difícil e acontece
para poucos no mundo. “Eles dizem que é a realização
de um sonho e precisam ter esse afago de mãe. Porque
não é só divertido. Eles sofrem bastante. Cada não que
recebem é chorado, cada jogo que perde é triste. Se não
tem o pai ou amãe ali do lado para apoiar, eles desmon-
tam, como qualquer ser humano” comenta. Contudo, se o
objetivo dosmeninos for alcançado e for satisfatório para
eles, evidentemente que amãe se sentirá também realiza-
da. CinthiaPetinatti define isso como “missão cumprida”.
“A gente deixa muito sonho nosso para correr atrás do
deles. Então, se o deles der certo, não importa tudo que
eu abandonei. Eu vou me sentir muito realizada, mas, é
claro, desde que seja uma situação confortável para eles.
Do contrário, eu sou a primeira a dizer para largarmos o
barco. Tem que ser bom para eles”, complementa.
Em alta no futsal, Felipinho sempre tabelou
bem com amãe
Ahabilidade de FelipeCosta, 24, o Felipinho, sempre
foi de impressionar. Dos campeonatos de futebol organi-
zadospelocondomínioondemoravaaos torneiosdaesco-
la, o destaque era certo. Mesmo com uma estatura baixa,
corpo franzino e muitas vezes com idade inferior a dos
demais garotos, ele não se intimidava e quase sempre se
consagrava artilheiro das competições que disputava. O
talento era evidente. Era claro aos olhos de quem entende
minimamente de futebol. E esse dom foi logo percebido
pelos pais do garoto, que foi incentivado tanto para o fu-
tebol como para a prática de outros esportes. O futebol,
porém, sempre foi sua preferência. Com passagens por
clubes como Hebraica, A.DWimpro, Corinthians e São
Paulo, hoje Felipinho atua como pivô pelo Brasil Kirin,
de Sorocaba (SP), ao lado do consagrado ala Falcão, do
goleiroTiago, do fixo Ricardinho, entre outros. “Émuito
bom estar ao lado desses feras, aprender e crescer junto
com eles no dia a dia. Se Deus quiser iremos trabalhar
para conquistarmuitos títulos juntos”, diz o atleta.
Amãe de Felipinho, Hilma Silva Oliveira, 49, hoje é
aposentada.Quandoofilhocomeçounas atividadesdo fu-
tebol, com 6 anos, treinando peloClube deRegatasTietê,
ela ainda trabalhava e, mesmo assim, ao lado domarido,
sempre esteve presente nas idas e vindas aos treinos e jo-
gos, alémdeadministrar asdemais atividades, comoa fre-
quência e as atividades da escola. Prova do empenho que
Hilma sempre teve para ajudar Felipinho está na primeira
peneira realizada por ele: ela quem foi atrás para agendar.
“Meupai foi eéocaramaispresenteem todosos sentidos,
atéhoje. Sevou jogar comosamigos, elevai junto.Agora,
minha mãe é a grande responsável. Ela que sempre me
levou aos testes e peneiras. Ela que ligava para os clubes
para saber de peneiras”, contaFelipe.
Quando fez testes no São Paulo Futebol Clube [cam-
po], noMorumbi, quem o levava era amãe. O treino co-
meçava às 8h e, para conseguir chegar no horário, tinha
de sair de casa às 5h30. As atividades se encerravam às
10h. Como ele tinha de estar na escola às 11h30, tudo era
muito corrido. Amãe trabalhava meio período e acabava
chegando quase sempre no limite do horário na empresa.
“Já saiadiretodo treinoparaoônibus. E fazia tudo lá.Me
trocava no fundodoônibus.Minhamãe fazia a cabaninha
para eu colocar uniforme e me dava comida”, relembra
Felipinho, que complementa brincando: “E ainda dava
paraficar cheiroso”.
Hilma Silva nunca mediu esforços para, junto com o
marido e pai de Felipe Costa, fazer com que o filho re-
alizasse um grande sonho. Para ele, o apoio da mãe e da
família é essencial para o crescimento moral e profissio-
nal do filho, além de proporcionar mais segurança e tran-
quilidade nas tomadas de decisões. “Tudo que fiz eu faria
novamente ou até melhor. Isso só me enche de orgulho
por ele estar realizando seus sonhos e objetivos.Acima de
tudo eu agradeço aDeus por termedadoumfilho tãoma-
ravilhoso que amo de paixão”, finaliza amãe do jogador.
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