CityPenha Maio/2014 - page 58

Maio / 2014 - nº 84
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A sociedade tem enxergado, dia a dia, cada vezmais,
que o estereótipo do corpo supermagro está bem distan-
te da realidade, principalmente no Brasil, onde há uma
grande miscigenação cultural e estilos de vida bem dis-
tintos de acordo com cada localidade. Segundo o Mi-
nistério da Saúde, mais de 48% da população total do
Brasil está acima do peso e 15% são obesos. Na moda,
entretanto, esse público – que usa manequim acima do
44 – sempre teve dificuldades em encontrar opções ade-
quadas.Amaioria das lojas e grandesmagazines sempre
ofereceram o tamanho G e GG. Mas esse formato é ge-
nérico e não preenche o desejo das pessoas com sobre-
peso, que buscam por modernidade e também querem
seguir as diretrizes da moda. Esse cenário, porém, tem
sofridomudanças significativas.
O jornalistado siteModaDigitalRafael Pinheiro, 25,
explica que não há nenhuma advertência com relação às
roupas plus size e que o único emais importantes ponto
a ser destacado é sobre os ajustes específicos. “É impor-
tante destacar que o estilo da mulher que usa um ma-
nequim acima do 44, por exemplo, não sofre nenhuma
restrição ou aquele temido ‘certo’ou ‘errado’.Mas exis-
tem certos ajustes e adaptações emmodelagens e tecidos
para garantir o conforto
e bem estar da mu-
lher contemporâ-
nea”, explica.
Como forma de consolidar e disseminar tudo que envol-
ve omercado demoda plus size, há nove anos acontece
noBrasil o evento FashionWeekend Plus Size. Dirigido
pela jornalista, modelo e editora do blogMulherão, Re-
nata Poskus Vaz, o FWPS promove, além dos desfiles,
o Salão de Negócios, que funciona como um ponto de
encontro entre lojistas do setor e confeccionistas.
Um evento desse tamanho e com essa relevância
tem o poder de promover o setor e também dá a opor-
tunidade para mulheres com sobrepeso de atuarem nas
passarelas, comomodelos, o que paramuita gente pode
ser a realização de um sonho até então muito distante,
devido à realidade imposta pelo cenário fashionista. “E
com a aparição de mulheres com essa estrutura, ávidas
por moda, desfilando em um evento que fomenta essa
cultura fashion democrática, consegue estimular outras
mulheres a participarem de seleções para desfiles, mos-
trando que existe espaço para todas asmulheres na pas-
sarela. Trazendo beleza, autoestima, talento e mulheres
reais nas apresentações”, comenta o jornalista Rafael
Pinheiro, ressaltando que o papel da moda é gerir ten-
dências, e não impor condições ou estabelecer padrões.
“Amoda hoje não é ditada por ninguém, sendo extrema-
mente democrática, já que temos diversos estilos, for-
mas, valores, comprimentos e até tamanhos para todos
os gostos”, diz.
As pessoas que usam o tamanho grande – ou plus
size, traduzido – sempre se depararam com condições
pré-estabelecidas e limitadas de consumo de moda,
como, por exemplo, as golas V e calças de cintura alta
para as mulheres. Mas, com a ascensão dessa fatia do
mercado, houve uma grande expansãode ideias, projetos
e, com isso, novas tendências e estilos foram inseridos
no universo de quem consome roupas maiores. Cristina
Soares, diretora da loja especializada Bela Moda Plus
Size, localizada no bairro da Penha, conta que o comer-
cio segmentado estámuito confiante com o crescimento
que vem acontecendo nessa esfera. “As gordinhas não
usam apenas decote V, alças largas e calças de cintura
alta. Elas querem jaquetas curtinhas, estampas moder-
nas, letras, saias, cintos, etc. É ummercado carente e es-
tamos apostandonessa linha, porqueo retorno está sendo
positivo”, conta a comerciante, que inaugurou a loja há
um ano no formato de vendas online e, agora, vem apos-
tando também na forma física.
ModaPlusSizesegue em
ascensãonoBrasil
M
oda
porAriltonBatista
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