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Novembro / 2016 - nº 114
30
S
aúde
Renaura Silva Francisconi Pardal
• CRP 35469-7 • Psicóloga
Clínica e Psicopedagoga • Av. Amador Bueno da Veiga, 1.230 cj 1002
• 99299-0932 • 2791-4005
Por muito tempo, a definição de humor usada pelos
psicólogos que estudam o assunto foi aquela criada por
Sigmund Freud, o criador da Psicanálise. Em seu livro, Os
Chistes e a Sua Relação com o Inconsciente, Freud escre-
veu que o humor é o maior mecanismo de defesa do ser
humano, um instrumento que permite equilibrar as emo-
ções e elaborar as frustrações.
Hoje, a psicologia prefere enxergar o humor menos sob
a ótica individual e mais à luz de sua capacidade de influir
nos relacionamentos. O tipo de humor que uma pessoa
pratica é um componente forte na percepção que os outros
têm dela, na definição que se dá a sua personalidade.
Segundo o psicólogo Rod Martin, autor do livro A Psi-
cologia do Humor, o humor não é um estado de espírito
único, ou seja, ele apresenta quatro variantes, cada uma
com sua influência nas relações pessoais, profissionais e
afetivas de cada um de nós.
Os quatro tipos de humor elaborados por Martin são:
Autodepreciativo:
São pessoas que usam seus defei-
tos para divertir os outros. É comum nas pessoas que não
se encaixam em determinados padrões sociais e precisam
chamar a atenção, ou seja, o gordo que se torna divertido.
Quem desenvolve esse tipo de humor, que corrói a autoes-
tima, pode desenvolver depressão e ansiedade.
Corrosivo:
São pessoas que empregam o humor para
criticar e provocar os outros através do sarcasmo e do ri-
dículo, caso o outro se ofenda, usa a desculpa de que tudo
não passou de uma brincadeira. Esse tipo de humor afeta
negativamente a convivência no trabalho e nas relações
afetivas e, sempre inferioriza quem as recebe.
Agregador:
São as pessoas tidas como “populares”.
Sempre surpreendem a todos com suas brincadeiras cer-
teiras e reduzem as tensões em situações desconfortáveis.
Se bem usado têm efeito positivo.
De bem com a vida:
Esse é o humor que todos nós
deveríamos ter. É o humor de quem vê o lado colorido e
bom da vida. Diante de um problema, em vez de estressar,
ficar nervoso, ri da vida e tenta enxergar algo bom, mesmo
diante de conflitos. Pesquisas mostram que esse tipo de
humor traz benefícios à saúde.
É importante, entendermos o humor, como uma ferra-
menta social que pode nos fornece caminhos para conhe-
cer as pessoas e suas reações no dia a dia. Uma pesquisa
apresentada no livro de Martin mostra que, no ambiente
de trabalho, quem ocupa os cargos mais altos usa o humor
numa proporção muito maior do que os funcionários em
posições inferiores.
Aproximar pessoas, tornar, ambientes mais agradáveis
são benefícios do humor. Quando rimos em conjunto há
cumplicidade, há bem-estar.
Todos nós, abrigamos, em maior ou menor grau, os
quatro tipos de humor e, os comportamentos resultantes
fazem parte da natureza humana. A forma e a intensidade
com que se pratica cada tipo de humor é que faz a diferen-
ça nos relacionamentos.
Não existem formas boas ou ruins de humor, porém,
o tipo de bem com a vida é considerado pelos psicólogos
o mais saudável. Significa saber lidar com as dificuldades
que o dia a dia nos proporciona e enfrentar contratempos
olhando o lado positivo da vida.
O humor como
determinante nas
relações pessoais
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