CityPenha Abril 2017 - page 22

Abril / 2017 - nº 119
22
Jurandy Valença novo diretor
do Centro Cultural da Penha
E
ntrevista
O Centro Cultural da Penha, uma das poucas unidades integradas
da cidade de São Paulo tem um novo diretor. Jurandy Valença, oriun-
do da área de cultura, com grande experiência em gestão cultural,
além de ser poeta e fotógrafo.Acompanhe nosso bate papo e o que ele
prepara para nossa região.
CityPenha:
Fale um pouco de você, da sua experiência.
Jurandy:
Sou alagoano e me formei em Engenharia Química e
Jornalismo na Universidade Federal de Alagoas. Também sou artista
visual e fotógrafo. Entre 1991 e 1994 morei e trabalhei com a escrito-
ra, poeta e dramaturga Hilda Hilst. Nessa época, em 1992 publiquei
meu primeiro livro de poesia “Faca de Vidro”. Trabalhei com moda
no extinto Phytoervas Fashion, no qual fui coordenador de produção,
entre 1996 e 1998.
CityPenha:
Phytoervas Fashion foi o precursor da São Paulo
Fashion Week, não é mesmo?
Jurandy:
Isso, era o evento criado pela Cristiana Arcangeli, junto
com sua marca de cosméticos. Esse evento dava o ponta pé inicial
na carreira de grandes estilistas, quando ela vendeu o evento virou
Morumbi Fashion e depois o São Paulo Fashion Weak.
CityPenha:
Voltando a sua trajetória profissional...
Jurandy:
Trabalhei com a Isabella Prata entre 2000 e 2002 no ex-
tinto site
, fui coordenador da Oficina Cultural
Oswald de Andrade, em São Paulo, entre 2007 e 2010, e na minha
gestão realizamos várias reformas no prédio, ressuscitei o ateliê de
gravura que estava parado e que continua até hoje, reformei a galeria
de arte que também continua até hoje, e o teatro que também está
superativo. Fui diretor de projetos do
Instituto Hilda Hilst, em Campinas, en-
tre 2012 e 2014, onde criei um projeto de
residência artística que recebeu 70 resi-
dentes do mundo todo entre acadêmicos,
tradutores, poetas, escritores, jornalistas,
dramaturgos que ficavam um tempo pro-
duzindo os seus trabalhos.
CityPenha:
Paralelo a tudo isso você
manteve sua carreira artística?
Jurandy:
Eu desenvolvo trabalhos em
fotografia desde o final dos anos 90, ten-
do participado de mais de 70 exposições,
entre individuais e coletivas, nas quais recebi três prêmios, realizei
diversas curadorias e fui tema de um Documentário exibido na TV
Sesc-Senac. Possuo obras em acervos públicos e em coleções particu-
lares. Colaborei entre 2008 e 2013 para as revistas Bamboo, Dasartes
e Mag!, entre outras, escrevendo sobre artes visuais, arquitetura e de-
sign. Sou redator do Mapa das Artes São Paulo há mais de dez anos
e nesses últimos 9 meses eu retomei meu segundo livro que chama
“Narciso Cego” que vou publicar em breve.
CityPenha:
Você tem experiência de sobra para dar uma dinamizada
no Centro Cultural!
Jurandy:
Acho que sim a ideia é essa. O equipamento já existe
faz tempo então queremos que o Centro Cultura da Penha abrigue
atividades de fusão e de formação voltada para o bairro e o entorno,
mas também que ele seja cada vez mais um instrumento público da
cidade, atraindo outros públicos, de outros bairros. Queremos que
eles venham para cá sabendo que no Centro Cultural da Penha está
acontecendo um show X, um espetáculo de teatro Y, um seminário
ou uma oficina muito bacana. Queremos dar mais visibilidade ao
Centro Cultural.
CityPenha:
Para isso é preciso formatar bem a programação?
Jurandy:
Com certeza, mas logo de cara vamos ter mais de 20 ofi-
cinas que vão acontecer nesse primeiro semestre. A programação
efetiva começa em abril e vai cobrir maio e junho, depois fechamos
a programação do segundo semestre. Estamos no início da gestão e
preciso conhecer a dinâmica do espaço e o público que frequenta para
ajustar tudo. Por exemplo, vamos ter o projeto Quartas Musicais que
começou no dia 29 de março e vai até junho, onde quinzenalmente
teremos shows no teatro. Começa com o Comitê do Soul, um grupo
com mais de 10 anos, em seguida o Edu Sereno, depois Alicia Mess,
e também Samba do Tempo, a Roda de Samba do Rosário
CityPenha:
A programação, incluindo as oficinas é bem variada?
Jurandy:
Com certeza, estamos trabalhando em todas as frentes da
cultura e da arte. Quero ressuscitar o Cozinhando Música que acon-
teceu no ano passado e foi muito interessante. Vamos ter oficinas de
fotografia, uma com o Folco e outra com a Melissa, violão para ini-
ciantes, canto e coral para iniciantes, percussão, oficina de voz para
atores, oficina de produção musical, oficina de ballet infantil, dança
de salão, dança afro, dança de rua, iniciação teatral para crianças e
adolescentes, oficina de produção teatral,
técnicas circenses, oficinas de desenho, de
yoga, de figurino para teatro, uma oficina
de patrimônio histórico e cultural, porque
acho sempre importante bater nessa tecla
do resgaste, da importância conceitual
desse patrimônio que o bairro tem, e ou-
tras tantas.
CityPenha:
Em termos de estrutura você
já pensou em algo?
Jurandy:
Estamos verificando tudo o
que é necessário para desenhar um projeto
geral. Um projeto que já estamos viabili-
zando é a disponibilização de wifi gratuito em todo o Centro Cultural.
A antena que reproduz e replica o sinal do wifi gratuito no Largo do
Rosário está localizada aqui no nosso prédio, então eu conversei com
a Secretaria de Inovação e Tecnologia e eles enviaram 4 pessoas aqui,
2 do Prodan e 2 do Wifi Livre e a ideia é que daqui 2,3 meses nós
tenhamos Wifi Livre no prédio todo.
CityPenha:
Isso é muito legal porque vai melhorar a ocupação das
instalações.
Jurandy:
Com certeza. Toda pesquisa, todos os trabalhos, as cria-
ções que as pessoas estiverem fazendo ganham agilidade com a
disponibilização do wifi gratuito, será um benefício importante para
quem desenvolve cultura.
Confira no site e no facebook da CityPenha a programação completa das Oficinas, e no Centro Cultural a programação geral
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