CityPenha Abril 2017 - page 14

Abril / 2017 - nº 119
14
Ser muitas vezes incapaz de um sorriso, responder de-
licadezas com cara feia, baixa autoestima, tristeza, falta de
prazer, reclamar de tudo, apresentar intolerância nos rela-
cionamentos pessoais e afetivos, ser desagradável quando
não deveria, quando até ganhar na loteria pode ser moti-
vo de infelicidade, podemos estar diante de um quadro de
Distimia.
Que a vida não é fácil todo mundo sabe. Trânsito,
violência, relações afetivas, relações de trabalho com
chefe, colegas e funcionários, contas a pagar, problemas
de saúde, várias insatisfações, são inúmeras situações di-
fíceis que, de um modo ou de outro, todos enfrentamos
no cotidiano. E, como se não bastasse, há uma outra série
de “leões”, estes internos, com os quais nos defrontamos
incessantemente: são nossos impulsos e sentimentos mais
básicos (amor, ódio, fome, sexo, etc.) e os mecanismos
que usamos ou as vezes nos usam, para avaliar e manter
sobre controle estas relações.
Podemos dizer, considerando nossa vida diária, que o
bom humor é das mais apreciáveis riquezas que podemos
conquistar. O humor, segundo Sigmund Freud, não é um
ato de resignação, mas sim de liberdade e rebeldia. Isso
porque ele afirma, ser o nosso “eu”, que se mostra poten-
te para viver e ser capaz de extrair prazer deste fato, mes-
mo com todo sofrimento que encontramos no caminho.
Mau humor é desequilíbrio. Se o bom humor repre-
senta o equilíbrio, na outra ponta está a rabugice, aquele
tipo desmancha prazer.
Mau humor crônico é doença e seu nome é Distimia.
O diagnóstico é difícil, pois apresenta características si-
milares ao mau humor do dia a dia. Influencia não só a
vida do paciente como também das pessoas que convi-
vem com ele.
Outros sintomas podem acompanhar o mau humor
como insônia, perda ou ganho de apetite, muitas ve-
zes a pessoa pode achar que esse é o seu jeito normal,
confortando-se com dizeres como “sempre fui assim”. É
nesse momento que o quadro pode piorar, pois não se
percebendo o paciente não procura tratamento, surgindo
o desinteresse total e isolamento, levando-o a depressão,
limitando sua vida.
Muitas situações contribuem para o aparecimento da
doença como estresse excessivo, limitações físicas, fa-
miliar com histórico de uso de álcool ou droga, depres-
são, relações familiares conflituosas, etc. O tratamento
para Distimia é com antidepressivos, que traz grandes
mudanças a vida da pessoa, mediante a correção do de-
sequilíbrio químico e psicoterapia cognitivo comporta-
mental que, vai ajudar o paciente a mudar os hábitos que
se formaram no contexto aprendendo novas formas de se
relacionar.
Estabelecendo os limites da saúde, bom ou mau hu-
mor, num momento ou em outro, são reações humanas,
até saudáveis. O perigo surge quando o mau humor toma
conta da situação tornando-se crôni-
co. Um sorriso e bom humor faz bem
a todos que estão ao nosso lado e mau
humor traz doenças e afasta as pessoas.
Buscar tratamento é fundamental!
Renaura Silva Francisconi Pardal
CRP 35469-7 • Psicóloga Clínica e Psicopedagoga
• Av. Amador Bueno da Veiga, 1.230 cj 1002
• 99299-0932 • 2791-4005
Distimia: Quando o mau humor
pode ser uma doença
S
aúde
1...,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13 15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,...52
Powered by FlippingBook