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Agosto / 2014 - nº 87
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Solteirismo, a relação
com a liberdade
D
estaque
porAriltonBatista
É claroque as relações interpessoaispassarampor um
processo de alteração nos últimos anos. Grande parte da
responsabilidadepor essasmudanças sedápelapopulari-
zação da internet e amassificação das redes sociais, que
têm como uma das características a fugacidade, tornando
amizades enamorosmais efêmero, passageiros.Háquem
diga que as relações amorosas, por exemplo, se tornaram
descartáveis e se banalizaram. E, nesse ritmo acelerado,
é comum cruzar com pessoas na internet que mudam o
status do relacionamento de namorando para noivo, de
casado para solteiro em questão de semanas ou meses.
Sobessecenário, écertoqueem15deagosto,DiadoSol-
teiro, haverá uma quantidade significativa de felizardos
comemorando a data nos bares, baladas ou, quem sabe,
buscando encontrar o par perfeito.
O fato de estar solteiro é uma realidade diferente en-
tre pessoas desta e de outras gerações. Nos dias atuais
foi implantado o termo “ficar”. Quando há algum tipo de
contato com beijo, toque ou, de repente, a prática sexual,
logo sedizque “estáficando com fulanoou fulana”.Nem
por isso estar ficando representa um compromisso sério.
Às vezes há um consensodenãoficar commais ninguém
enquanto se fica com uma pessoa. Noutras situações isso
já não é levado em conta, e não há problemas em ficar
commais uma pessoa nomesmo espaço de tempo. “Pro-
vavelmente, para as pessoas de outras gerações o termo
‘ficando’ pode ter a mesma conotação que um compro-
misso sério. Entretanto, hoje em dia, para a maioria dos
jovens, o ‘ficar’ representa que você já teve contato com
aquela pessoa por uma vez, o que não quer dizer que a
qualquermomento isso possa deixar de ocorrer e o jovem
se decida por ‘ficar’ com uma nova pessoa. Isso é enca-
rado pelos jovens como algo natural, porém, para outras
gerações, pode ser visto como uma prática pejorativa e
ruim”, explica a Dra. Letícia Guedes, psicóloga, analista
do comportamento, especialista em terapia comportamen-
tal e proprietária daClínicaVivencialle.
Temgentequenãovêo ladobomdo solteirismo, acre-
ditando que somente quem tem um par pode usufruir de
momentos de felicidade.A jornalista e professora univer-
sitáriaTânia Sandroni, 49, foi casada duas vezes e possui
doisfilhos, umdecadacasamento. Paraela, hojeemdiaas
pessoas têmmenos medo de terminar um relacionamen-
to e também não há mais o estigma, principalmente para
as mulheres, de se divorciar. E essa condição, segundo
a jornalista, oferece um lado positivo e outro nem tanto.
“A ideia de que as relações devem ser definitivas é cruel
e aprisionadora. Acho bom que as pessoas não tenham a
obrigação social de estarem casadas.
Por outro lado, a ideia de descartá-
vel permeia as relações, o que não
é legal. Quanto às vantagens de ser
solteira, eu acho que a principal é a
autonomia. Sou muito independente
e gosto de poder dispor domeu tem-
podeacordocomasminhasvontades
e necessidades”, comentaSandroni.
A liberdade é um dos fatores que
mais as pessoas incluem na lista de
vantagens em estar ou ser solteiro. O
gerente de vendasThiagoMatias, 25,
defende a ideia de que estar solteiro
é um exercício do autoconhecimento
e, para ele, isso é um fatormuito im-
portante para a evolução pessoal. “A
liberdade de podermos fazer nossas
escolhas, de ir onde queremos, sem
cobranças, semdiscussões, éumade-
licia.Oautoconhecimentoacabacom
1...,40,41,42,43,44,45,46,47,48,49 51,52,53,54,55,56,57,58,59,60,...100
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