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Agosto / 2016 - nº 111
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A alopecia androgenética, também conhecida como
calvície masculina, é a maior causa da perda dos cabe-
los nos homens. A incidência dessa doença é determinada
por influências genéticas, sendo que a prevalência mais
alta está entre aqueles com ascendência europeia. Apesar
de grande impacto psicológico, já estudado em diversas
publicações científicas, sabe-se que ainda são poucos os
homens que procuram tratamento.
Como ocorre a calvície
Em primeiro lugar, vale a pena explicarmos um con-
ceito fundamental que é o mecanismo através do qual a
doença surge e se manifesta. A maior parte das pessoas
acredita que os cabelo ficam ralos porque caem mais do
que o normal. Isso é um engano muito comum! Na rea-
lidade, o que ocorre é que os hormônios masculinos (tes-
tosterona e seus derivados) se ligam a receptores próprios
que ficam nos pelos, levando à miniaturização dos fios em
pacientes geneticamente suscetíveis. Neste sentido, é inte-
ressante saber a idade com que os parentes do indivíduo
começaram a observar a diminuição dos cabelos. Deve-
mos idealmente intervir antes disso.
Sabemos que as manifestações clínicas da calvície
masculina são variáveis e os primeiros sinais podem sur-
gir já na adolescência, com alguns padrões característicos
de perda dos cabelos. As "entradas", conhecidas por "alo-
pecia androgenética de padrão bitemporal", constituem a
manifestação inicial. Na sequência, ocorre a perda no vér-
tex (topo da cabeça) e na região mediana, preservando o
cabelo da área occipital (mais próxima ao pescoço).
O hormônio di-hidrotestosterona ou DHT pode ser
produzido a partir da testosterona circulante, em uma
reação química possível graças a uma enzima (proteína
que acelera reações químicas) chamada 5-alfa-redutase. A
DHT é cinco vezes mais potente que a testosterona e é o
hormônio chave no surgimento da alopecia androgenéti-
ca. O fato de que os receptores para este hormônio não
se encontrarem distribuídos igualmente em todo o couro
cabeludo explica os padrões de perda de cabelos.
A miniaturização dos fios é o que leva ao desapare-
cimento do cabelo em determinada região. No entanto,
o exato mecanismo envolvido permanece desconhecido,
acredita-se que os hormônios masculinos, através
de sua ligação com os receptores localizados nos
pelos, levem a uma alteração do crescimento.
O diagnóstico é essencialmente clínico, ou
seja, feito apenas através do exame físico. É im-
portante puxar os cabelos, para diferenciar de
outras causas de queda. A dermatoscopia (exa-
me com lente) permite visualizar os pelos dimi-
nutos e colabora com esse diagnóstico, sendo
útil também no seguimento do paciente. Outros
recursos diagnósticos como biospia, tricograma
e videodermatoscopia podem ser utilizados, de-
pendendo de cada caso.
Como tratar?
Diante disso, é importante salientar que
existe muito pouco que possa ser feito para pre-
venir a doença, uma vez que ela é geneticamen-
te determinada. Porém, o tratamento instituído
precocemente retarda e até dá uma discreta me-
lhora no quadro clínico. Portanto, é fundamental
É possível prevenir a
calvície masculina?
Não dá para impedir o processo, mas é
possível tratá-lo precocemente
B
eleza
por:Tatiana Gabbi
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