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Agosto / 2016 - nº 111
20
S
aúde
Renaura Silva Francisconi Pardal
• CRP 35469-7 • Psicóloga
Clínica e Psicopedagoga • Av. Amador Bueno da Veiga, 1.230
cj 1002 •
• 99299-0932 • 2791-4005
Existe realmente uma relação da ansiedade com
outras doenças?
Sim. A ansiedade (sensação de medo ou nervosis-
mo que antecede momentos de perigo real ou imaginá-
rio, acompanhada de sensações físicas) é caracterizada
tanto por sintomas físicos quanto psicológicos. Muitas
vezes, os sintomas físicos são tão intensos quanto os
psicológicos, causando muito mal-estar. A ansiedade
provoca o indivíduo a entrar em ação, porém, quando
excessiva, ocorre o contrário, impede reações.
Essas reações podem ser divididas em três tipos:
tensão motora (incapacidade de relaxar, fadiga e do-
res de cabeça); hiperatividade autonômica (dificuldade
para respirar, palpitações, sudorese, tonteira, além de
alterações gastrointestinais), e hipervigilância (insônia,
irritabilidade). Entre os sintomas psicológicos estão
preocupação exagerada com tudo, mesmo sem moti-
vo para tais preocupações, irritabilidade intensa sem
causa, inquietação, sobressalto, insônia, insegurança
e tensões. Assim, pode-se dizer que a diferença entre
um quadro normal de ansiedade e uma situação pato-
lógica é o exagero. Um paciente com ansiedade pode
ficar mais vulnerável a apresentar problemas de saúde,
como pacientes com doenças físicas podem ter seu es-
tado geral comprometido pelo aparecimento da ansie-
dade exagerada. Diversas situações clínicas estão fre-
quentemente correlacionadas a um nível de ansiedade
que ultrapassa o esperado para uma reação positiva. A
ansiedade provoca alterações significativas no sistema
imunológico, desencadeando uma variedade de sinto-
mas psicológicos e físicos. Entre os sintomas físicos, o
mais frequente são as alergias.
Às vezes, é difícil diferenciar a ansiedade associa-
da a algum outro problema de saúde de um transtorno
de ansiedade puro. Os casos de doenças do Sistema
Cardiorrespiratório e Digestivo são um bom exemplo
dessa dificuldade. Ambos os sistemas são muito vul-
neráveis ao aumento de ansiedade. Assim, um paciente
com gastrite muitas vezes apresenta aumento de ansie-
dade com seu problema físico e, a ansiedade aumenta-
da faz com que a dor e a queimação provocadas pela
gastrite fiquem mais intensas e insuportáveis.
A presença de sintomas variados em diferentes ór-
gãos deve sempre levantar a suspeita de uma ansiedade
primária, que exames adequados podem comprovar.
Além disso, a avaliação do grau de ansiedade de um
paciente deve sempre ser investigada também através
do relato de suas atividades e preocupações. Nos casos
de um número elevado de sintomas físicos, muitos pa-
cientes não admitem estar sofrendo de um transtorno
mental, como é o caso da ansiedade patológica. Essa
resistência acaba dificultando o diagnóstico e o trata-
mento adequado do problema.
O tratamento deve envolver tanto a doença física
quanto o transtorno de ansiedade, e este deve ser trata-
do com medicação específica e psicoterapia. O pacien-
te ansioso deve conscientizar-se ainda, da necessidade
de melhorar sua qualidade de vida com lazer, trabalho,
buscar objetivos, moderação no consumo de álcool e
cafeína, exercícios físicos, atividades ao ar livre e sono
repousante.
A Ansiedade e sua relação
com outras doenças
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