CityPenha dezembro 2015 - page 58

Dezembro / 2015 - nº 103
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Síndrome Alcoólica Fetal causa
alterações faciais no bebê e
transtorno de comportamento
Neonatologista e pediatra explica as causas
e formas de prevenção da doença
S
aúde
Você sabe o que é a Síndrome Alcoólica Fetal? Co-
nhecida também como SAF, esta síndrome causa alte-
rações faciais no bebe e também em órgãos do corpo,
além de retardo mental e demais problemas como falta
de audição, atenção e alterações de comportamento. A
neonatologista e pediatra do Hospital e Maternidade
São Cristóvão, Dra. Claudia Conti Fenile explica mais
sobre a doença.
A recomendação é clara, gestantes não de-
vem ingerir produtos alcoólicos, porém
nem sempre essa regra é devida-
mente seguida, “O excesso
de álcool consumido pela
gestante antes e durante
a gravidez é responsá-
vel por desenvolver
no feto a Síndrome
Alcoólica Fetal
ou SAF que hoje
é considerada a
causa mais co-
mum de retardo
mental infantil
de natureza não
hereditária”, con-
ta a Dra. Claudia
Conti. Caracteri-
zada por sintomas
como o déficit de
crescimento, alterações
em características faciais
e atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor, ela é difícil de
ser diagnosticada, “Não existe um
exame laboratorial que confirme o diagnós-
tico, até por que existem outros distúrbios, principal-
mente os comportamentais, que têm características
parecidas. Nós realizamos uma avalição clinica geral e
levamos em consideração a história materna de uso de
álcool e os sinais e sintomas”, explica a neonatologista
do Hospital e Maternidade São Cristóvão.
Não há cura para a síndrome e o tratamento é feito
de maneira sintomática além de terapia comportamen-
tal, “Nem todos os bebes nascidos com SAF apresen-
tam os sintomas assim que nascem, eles podem ser
percebidos de forma tardia e receber algumas outras
definições, como SAF Parcial ou espectro
de alterações relacionadas ao álcool”,
diz Claudia. Os danos mais graves
ocorrem no período embrionário,
que é o das primeiras 4 a 6 se-
manas de vida intrauterina,
assim quanto mais cedo
diagnosticada a síndrome
melhor para o bebê.
A prevenção é a me-
lhor maneira de evitar
a Síndrome Alcoóli-
ca Fetal, assim que
descobrir a gravidez,
é recomendado parar
imediatamente com o
consumo de álcool, a
neonatologista do Hos-
pital e Maternidade São
Cristóvão lembra, “Não
existe uma dose limite pré-
-estabelecida para a ingestão do
álcool pela gestante que não pre-
judique o bebê, nossa recomendação é
nível zero de álcool durante a gravidez, e pre-
ferencialmente quando se está planejando engravidar”.
Atualmente a doença atinge dentre 0,5 e 3 casos a cada
1000 bebês no mundo.
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