CityPenha Fevereiro 2016 - page 10

Fevereiro / 2016 - nº 105
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Ressaca? Mas eu só
bebo socialmente...
D
estaque
O uso, abuso ou dependência de álcool é de grande rele-
vância social, do ponto de vista da sociedade como um todo
e especialmente para os jovens, pelos seus aspectos socioeco-
nômicos, de saúde, de segurança, sendo talvez um dos mais
desafiadores obstáculos para com nossa juventude.
Desde a antiguidade o álcool está vinculado a comemora-
ções, festas, rituais religiosos, mistérios de fé etc. As bebidas
alcoólicas desde sempre foram preferidas pelo seu efeito tó-
nico e euforizante, para aliviar a angústia a libertar tensões.
O álcool não é considerado droga pela sociedade, mas é
uma droga muito perigosa, geralmente apresentada às crian-
ças no próprio seio da família. Estudos mostram que o uso do
álcool começa na infância.
A família tem dupla responsabilidade, ou seja, na educa-
ção e orientação para a saúde e na estabilidade emocional de
seus membros, especialmente os pais, que são responsáveis
por que os filhos se sintam seguros e amados, evitando o
encontro precoce com o álcool.
Quem não consegue ir a uma festa ou passar o fim de
semana sem beber deve tomar cuidado, pois deixou de
ser um “beber socialmente”.
Exagerar na bebida aos finais de semana também pode
construir um padrão de consumo arriscado podendo levar ao
alcoolismo, esse comportamento representa um perigo real,
esse padrão de uso pesado de álcool por tempo determinado
(um fim de semana, por exemplo) é chamado pelos especialis-
tas de uso "
binge
" de álcool, ou, em português, "
BPE
" (beber
pesado episódico).
É importante atentar para ao comportamento do bebedor.
O bebedor social usa o álcool, sobretudo pelo sabor e conse-
gue parar de usar quando quiser, ou seja, ele bebe se quiser e,
caso não queira, simplesmente não bebe. Já o alcoolista
perde
essa escolha: ele não usa o álcool pelo gosto, e sim pelo efeito
de promover relaxamento e desinibição, por exemplo. Então
ela é ingerida em grandes quantidades e em um curto período
de tempo, para se alcançar o efeito desejado. Esse comporta-
mento é considerado de alto risco para o desenvolvimento da
dependência química.
Alguns dos sintomas da dependência são claros, como
o desejo incontrolável de beber, a perda de controle (não
conseguir parar depois de ter começado), tolerância (com
o tempo, é necessário doses maiores para obter o efeito de-
sejado) e sintomas físicos como sudorese, tremores e an-
siedade.
Consumo moderado
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece que
o consumo aceitável álcool seja de até duas doses por dia para
homens e uma dose por dia para mulheres. Nessa quantidade,
algumas pesquisas apontam que a bebida pode trazer benefí-
cios para a saúde. Vários estudos, entre eles os realizados pelo
Kaiser Medical Center, da Califórnia, e outro
pela Universidade da Flórida (UFA), apontam
a relação entre a bebida com a redução de 32%
no risco de morte por ataque cardíaco e o au-
mento de 10% a 20% dos níveis de HDL (co-
nhecido como "colesterol bom").
Na juventude as mudanças físicas que
ocorrem neste período podem ser por ações
hormonais, psíquicas e sociais, não são sim-
ples, são mudanças complexas, que fazem o
adolescente se sentir inseguro, ansioso, insa-
tisfeito com o seu corpo e consigo mesmo.
É no grupo que os adolescentes se sen-
tem protegidos, agindo de modo homogêneo,
vestindo roupas características, usando gírias,
tentando encontrar seu espaço e sua identida-
de. É por isso que é no grupo que a influência
fica mais sujeitos aos comportamentos de ris-
co que envolve principalmente o uso de álco-
ol que são impelidos a experimentar também.
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