CityPenha Fevereiro 2016 - page 14

Fevereiro / 2016 - nº 105
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Educar é ensinar a
fazer escolhas...
D
estaque
Sabe-se que uma nação se constrói pela educação; é
por meio dela que se abrem os caminhos dos cidadãos.
Os países que investem em Educação têm grande parte de
seus problemas sanados; já os que pouco investem nela,
conhecem o caos na sociedade.
Os leitores sabem muito bem do que falo, pois, nosso
país está mergulhado nesse caos. Temos, então, de educar
a população brasileira para conseguirmos uma melhoria
significativa em todos os aspectos. O que é, porém, edu-
car? Seria ministrar aulas das ciências em geral ¬ matemá-
tica, português, geografia, história, biologia?
Sim, mas isso não é o suficiente. É preciso ir além.
É necessário, sim, que os jovens conheçam as ciências e
saibam aplicá-las no dia a dia para evoluírem; o proble-
ma, porém, é que quem ensina isso aos jovens somos nós,
adultos, a partir da nossa perspectiva, da nossa visão do
que é a vida.
Eles, no entanto, não a conhecem, pois têm sua pró-
pria visão. Nós impingimos a eles nossas crenças, nossos
dogmas, nossos "conhecimentos". Educar não significa
conduzir o jovem ao caminho que julgamos ser o certo,
porque o caminho certo não existe.
Aquilo que serviu à minha vida para que eu conseguis-
se ser o que sou numa época em que se enviavam cartas
e telegramas aos amigos e amores pelo correio, não ser-
ve aos que vivem hoje a revolução tecnológica, época da
comunicação instantânea não somente aqui na Terra, mas
daqui para o resto do universo, como ocorreu com o Papa
Bento 16 e alguns astronautas. Educar é ensinar os jovens
a fazer escolhas, mesmo que erradas.
Sim! É importante fazer escolhas erradas, pois é me-
diante o erro que se adquire mais experiência. Lógico que o
melhor seria aprender pela teoria para não errar na prática,
mas, quando o conhecimento é empírico é mais marcante.
Claro está também que temos de incentivar os jovens a se
desenvolverem por meio de escolhas adequadas, e isso se
consegue incutindo na mente deles a teoria apropriada.
É aqui que começa o trabalho do Educador, com letra
maiúscula mesmo. Incutir na mente do jovem a teoria apro-
priada não precisa ser por meio de repetição pura e simples
da teoria ano após ano. Isso é ineficaz. Quer uma prova dis-
so? Pense nas regras de acentuação gráfica, que todos nós
estudamos ao menos três vezes na nossa vida escolar.
Lembra-se delas? Certamente não. Por isso é preci-
so mudar o método; é preciso mudar o foco. O foco da
educação tem de ser a aprendizagem do aluno, o que se
consegue a partir da ação do próprio aluno. O papel do
educador não deve ser o de pregador, o de dono absoluto
da verdade. O professor tem de falar menos em sala de
aula; tem de dar menos respostas e fazer mais perguntas,
levando o jovem a buscar a resposta por si só. O papel do
professor tem de ser de mediador do conhecimento, e não
de transmissor de conhecimento. Educar é entusiasmar!
É mostrar ao jovem que aquele conhecimento espe-
cífico é interessante, apesar de, às vezes, ser maçante. É
mostrar que aquilo que parece ser desagradável naquele
momento pode ser decisivo no futuro, quando houver a
necessidade de aplicá-lo. Além disso, é mostrar que ter
cultura é um diferencial positivo, que ajuda, e muito, na
vida social e profissional.
Para isso, porém, o educador, seja pai, mãe, professor
ou professora, precisa ser um diferencial, precisa mostrar
ao jovem que para ele valeu a pena estudar, valeu a pena se
esforçar; precisa mostrar que suas escolhas foram impor-
tantes para a sua formação como cidadão; precisa mostrar
que houve muitas escolhas erradas, e que elas foram deter-
minantes para a construção de sua personalidade.
Precisa, enfim, ser um cidadão pleno, ilibado, ético.
Educar é cuidar; é ensinar a ser curioso, a buscar respos-
tas pelo próprio raciocínio, não pela opinião dos demais; é
ajudar a crescer, a ser humano, no sentido de pertencente à
humanidade, para também aprender a respeitar o outro; é,
pelo exemplo, incentivar a ser cidadão pleno, ilibado, ético.
Oly de Jose Morais Ramos •
Empresário e Colaborador do Planeta
Voluntários •
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