CityPenha julho/2015 - page 30

Julho / 2015 - nº 98
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E
ntrevista
Novo presidente do
Clube Esportivo da Penha,
Afonso Celso Lenzi
Conversamos com o novo presidente do Clube Esporti-
vo da Penha Afonso Celso Lenzi, eleito em março.
Empresário de sucesso, Afonsinho como é conhecido,
é filho do ex presidente Afonso Lenzi, figura emblemática
na história do clube. Com a missão de comandar o clube
em um período difícil de aperto econômico, o novo pre-
sidente tem projetos claros e uma visão bem realista da
situação. Acompanhe como foi o nosso bate papo.
CityPenha:
Sua família tem uma história que quase se
confunde com a do CEP. Nos conte como tudo começou.
Afonso Lenzi:
Tudo começou com a vinda do meu avô
da Itália, José Lenzi, o pai do meu pai, no fim da década
de 1910 e começo de 1920. Ele veio junto com a família
fugindo da 1º Guerra Mundial, porque não tinha condições
de morar na Itália. Vieram de navio, onde ele conheceu
minha avó. Alguns parentes ficaram em Santos, outros fo-
ram para Santa Catarina, outros ainda para o interior de
São Paulo e ele se estabeleceu na Penha, onde fez amizade
com um grupo de pessoas tradicionais, como o Plinio Au-
gusto de Camargo, inclusive tem uma rua em seu nome na
travessa com a rua Caquito, o Barnabé, que foi o primeiro
presidente do clube e mais uns 3 ou 4. Eles frequentavam
outro clube na Penha onde acabaram brigando e foi dessa
dissidência que meu avô, o Barnabé e o Plinio Augusto
com mais alguns fundaram o Clube Esportivo da Penha,
bem no finalzinho de 1929, mas a data oficial de fundação
do clube foi 1º de janeiro de 1930. Eu costumo brincar que
alguém para fundar alguma coisa dia 1º de janeiro só podia
estar meio “cachaçado”, afinal é uma data muito estranha
para você fundar alguma coisa, é um dia de estar tudo pa-
rado, cada um dentro de suas casas com a família.
CityPenha:
Seu avô além de fundador também foi presi-
dente do CEP?
Afonso:
Não, o meu avô não foi presidente do clube. O
primeiro presidente foi o seu Barnabé e a partir disso veio
o Plinio Augusto de Camargo. Como meu avô veio “meio
escondido” da Itália por causa da primeira guerra, ele não
deixava aparecer seu nome em lugar nenhum, nem na ata
de fundação do clube tem o nome dele. Ele não deixava
porque tinha medo que alguém descobrisse que ele estava
escondido no Brasil e viesse atrás dele.
CityPenha:
E sua história no CEP, como ela começa?
Afonso:
Eu nasci no clube, meu pai nasceu no clube.
Meu pai nasceu em 1930, 5 meses depois da fundação do
clube, e toda a nossa vida, da família inteira, foi feita den-
tro do clube, todas as amizades. Eu comecei a namorar
dentro do clube, eu casei dentro do clube, minhas filhas
nasceram dentro do clube, foram batizadas no clube, todos
os seus aniversários foram feitos no clube, eu comecei a
andar dentro do clube. Tem até uma foto minha com meu
pai onde tinha aquela antiga quadrinha que hoje é um jar-
dim que tem aros de basquete. Então foi uma vida toda,
meu pai em consequência da tradição por causa do meu
avô dedicou uma vida inteira dentro do clube, mesmo an-
tes dele se aposentar no começo da década de 80, quando
ele teve um infarto e teve que parar de trabalhar.
CityPenha:
E por que você decidiu concorrer a presidên-
cia do CEP?
Afonso:
Foi por causa de toda essa história e desse amor.
Meu pai lançou minha candidatura a presidente do clube e
infelizmente ele veio a falecer 2 ou 3 meses depois disso.
Agora eu tento levar a tradição da família, porém do meu
jeito, de um jeito moderno, acompanhando os ensinamen-
tos dele, mas adaptando para os dias de hoje, porque o
clube precisa ser modernizado, mas claro sem perder um
dos pontos mais importantes que é a tradição de ser um
clube familiar, que valoriza a família.
CityPenha:
Isso significa valorizar ainda mais o sócio e
sua família?
Afonso:
Eu tenho comigo que a gente não precisa prio-
rizar uma festa para 2000 pessoas dentro do clube, nós
Afonso Celso Lenzi, com a esposa Martha e filhas na cerimônia de posse
foto: Braga - Softmania
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