CityPenha julho/2015 - page 32

Julho / 2015 - nº 98
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Afonso:
Já tem muitos anos que a gente briga para
respeitar a marca Penha, porque acontecia de cada um
fazer o uniforme em um lugar e cada um fazer do jeito
que quer, por exemplo tricolor, o clube nunca foi tricolor.
Eu tinha um desafio comigo quando fui presidente do
Conselho e falava em todas as reuniões: nós precisamos
guardar as tradições. O clube está errado, o clube não é
tricolor, o clube é rubro-negro, e o pessoal não acredita-
va. Eu rodei em todos os cartórios de São Paulo até achar
o primeiro estatuto registrado da fundação do clube e ali
estava que suas cores são: vermelho e preto. Eu sou mui-
to bairrista, sou muito tradicionalista, gosto de guardar
as tradições, e a Penha para mim é um lugar que eu tenho
um carinho muito grande e fico muito triste em ver como
a Penha está hoje.
CityPenha:
De forma mais prática, como você quer im-
plantar as modernizações?
Afonso:
Os dois carros chefes do clube são a parte so-
cial e a parte esportiva, lógico que também tem a parte
cultural e a do meio ambiente onde o clube é referência,
mas a parte social e esportiva você tem que cuidar com
muito carinho, o clube se leva por isso. Hoje temos por
volta de 700 crianças praticando esporte no clube ofi-
cialmente, tanto federados, quanto no Sindiclube e ou-
tras competições, então você tem que dar muita atenção
para isso. A garotada começa aos 8 anos de idade, com
os fraldinhas e vai até os 17 anos. Ai os caras falam: “Pó,
você não aproveita aquele que é formado no futebol, vai
lá para o Corinthians, para o Palmeiras, São Paulo. ” Não
dá, nós somos amadores, não temos o direito de cercear
a evolução dos atletas. Nós somos um clube formador,
o que interessa para a gente é a família aqui dentro, se
sentindo bem e vendo que o filho pode ter uma boa edu-
cação e também uma preparação na parte do esporte e no
futuro ele que escolher. Dar essa atenção na parte espor-
tiva é um trabalho muito difícil porque as taxas e a estru-
tura são muito caras, e hoje o clube não sobrevive sem
patrocínio. O novo vice-presidente de Marketing, Luis
Fernando Mordente e seu diretor de marketing, Alexan-
dre Morão, o “xandinho”, que são profissionais da área
altamente capacitados, têm essa missão, e nós vamos dar
toda a autonomia e todo apoio para eles, para trazer par-
ceiros para o clube. O clube tem uma carteira de 12 mil
associados. Qualquer empresa grande pode ter interesse
no clube. Nós temos um grande potencial de empresários
no clube.
CityPenha:
Eles vão atuar também em patrocínios para a
parte social e cultural?
Afonso:
O social é um dos grandes elos de ligação das
pessoas no CEP. As nossas festas tradicionais como o
Queijo e Vinho, o Flashback, o Dia das Crianças, a Chega-
da do Papai Noel e a Festa Junina aproximam ainda mais
a família dentro do clube. Nossa Festa Junina se mantém
como uma das mais importantes festas de São Paulo.
O cultural realiza importantes eventos como a Aber-
tura da Primavera e mantém o Coral do CEP. Todos eles
contaram com esforços extras do marketing para valorizar
tudo que oferecemos aos sócios.
CityPenha:
Os novos condomínios residenciais são uma
ameaça para o clube?
Afonso:
Nós tínhamos medo dessa realidade imobiliá-
ria: “o clube vai perder sócios”, mas não. Na verdade você
vai na academia do seu prédio e fica olhando para a parede
lá sozinho. O cara gosta de ir em um lugar onde ele tem
entretenimento com os amigos, jogar um futebol, um bas-
quete, um vôlei ou até mesmo um tênis. Na academia você
vai e conhece todo mundo. A gente precisa fomentar isso
e estamos conseguindo. Antigamente a vida noturna no
clube praticamente não existia, hoje você vem no clube de
terça, quarta ou quinta e as vezes não tem lugar para colo-
car seu carro. Então teve o crescimento da família à noite.
CityPenha:
Uma última mensagem para os leitores, em
especial os sócios do CEP.
Afonso:
É muito importante a união de todos, que
todos venham juntos com a gente administrar o clube,
porque eu quero administrar junto com o sócio. Eu não
posso fazer para o clube o que eu quero, eu tenho que
fazer o que ele precisa.
E
ntrevista
Sr. Afonso Lenzi, Afonsinho, Alexandre Mourão e Durval Luchetti
Afonso Celso Lenzi e diretores na Festa Junina 2015
fotos: Braga - Softmania
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