CityPenha novembro 2014 - page 22

Novembro / 2014 - nº 90
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Amúsicaeocarro
M
úsica
Se existemmesmo três grandes paixões entre os
brasileiros, duas delas certamente são música e car-
ros e isso pode ser facilmente percebido na história
recente de ambas. Quandodigo “recente” devo isso a
uma rápida análise do assunto durante o século XX,
tão próximo e já tão distante de todos nós!
Quem não se lembra do calhambeque cantado à
exaustão por RobertoCarlos que preferiria trocar seu
Cadilac pelo carrinho velho que lhe foi emprestado
por ummecânico?Quandoo consertodo “carrão” foi
concluído, a simpatia pelo “velhinho” prevaleceu e
ele, RobertoCarlos, sairia contente para suas aventu-
ras a bordo do novo “amor”!O “Rei da JovemGuar-
da” ainda exploraria essas duas paixões nas Curvas
da Estrada de Santos e na composição 120, 160, 180
Quilômetros Por Hora que acabaria virando tema de
um dos três filmes de cinema com sua participação,
não sem antes chegar emumaFesta deArromba com
seu novo carrão.
Antes disso tudo, o mesmo RC desceria a Rua
Augusta a 120 por hora sendomultado pela façanha,
além de agir como umLoboMau, dirigindo sua “ca-
ranga” na caça às “ovelhinhas desprotegidas”. Outro
“ídolo” da época, EduardoAraújo, ficaria para sem-
pre conhecido como O Bom graças a ter um carro
vermelho e sem espelhos (retrovisores, claro).
Pouco tempodepois e talvez poucos se recordem,
seria avezdeVanderléia, outro íconeda chamada Jo-
vemGuardamusical comprar uma “charanga velha”
que encontrara. Charanga era um termo muito utili-
zado para designar um carro velho e caindo aos pe-
daços. Nessamúsica a “Ternurinha” (era assim que a
cantoraeraconhecidanas tardesdedomingo) pintava
o carrinho de amarelo “prá poder passear”.
Depois seria a vez dos irmãos Marcos Paulo e
SérgioValle, uma dupla de muito sucesso em com-
posições lá pelos meados dos anos 60, sonharem
com umMustang cor de sangue porém, como a gra-
na devia estar curta, acabavam se contentando com
umCorcel cor demel. Essamúsica ganharia até um
clipe com os dois passeando pela orla deCopacaba-
na sentados sobre o portamalas do famoso carro da
Fordpara, depois, saíremdeumagaragempilotando
o pequenoCorcel.
O tempo passaria voando mais rápido que um
Formula 1 para encontrar um até então desconhecido
AlmirRogério sedecepcionando aoperder o amor de
sua vida para um carro que com seu “roncomaldito”
desmoronava seu castelo tão bonito!O sucesso dessa
música seria tãogrande quemereceria uma continua-
ção alémde tirar do anonimato seu cantor que chega-
va nos shows pilotando um “FuscãoPreto”!
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