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Setembro / 2016 - nº 112
40
S
aúde
Renaura Silva Francisconi Pardal
• CRP 35469-7 • Psicóloga
Clínica e Psicopedagoga • Av. Amador Bueno da Veiga, 1.230 cj
1002 •
• 99299-0932 • 2791-4005
O Transtorno Obsessivo Compulsivo ou abreviada-
mente chamado de TOC, ocupa o quarto lugar entre os
distúrbios psíquicos mais frequentes, com quase sete mi-
lhões e meio de portadores no Brasil.
Por diversos motivos, muitos dos quais ainda não es-
clarecidos pele ciência, as manias podem virar doença. É
quando quem sofre do TOC é tomado por pensamentos
invasivos ou ideias recorrentes e, para aliviar a angústia
causada por essas obsessões, desenvolve comportamen-
tos repetitivos, ou seja, rituais compulsivos como lavar
as mãos diversas vezes ao dia supondo ser para se livrar
de algum micro-organismo, fechar e abrir gavetas asso-
ciando o comportamento a algo que possa acontecer de
ruim, cumprir determinadas “tarefas mentais” como re-
petir inúmeras vezes uma mesma frase ou palavras para
ficar livre de pensamentos que atormentam e assombram,
verificar repetidas vezes todos os dias antes de dormir se
portas e janelas foram fechadas.
Ocorre também cuidado extremo com a forma de co-
locar objetos, buscando exatidão no alinhamento, pois se
não fazê-lo, acredita que um mal terrível pode acontecer.
Medo desmedido de se contagiar por vírus, bactérias ou
substâncias tóxicas, levando a pessoa a rituais de limpeza
exagerados. O nível de ansiedade caso a “tarefa” não seja
executada é muito alto.
De todas as doenças da mente o TOC é uma das que
mais provocam sofrimento. Transforma seus portadores
em “escravos das suas ações e ideias”
O alimento para o TOC é o medo, assim como ocorre
no caso dos fóbicos, porém, os portadores de fobias têm
um medo irreal em relação ao objeto real e, evitam entrar
em contato com o suposto perigo para evitar o pânico.
No caso do obsessivo compulsivo é mais complexo pois
o que gera angústia é um pensamento que causa medo.
Para se livrar dele adota comportamento compulsivo.
Um dos quadros mais comuns do distúrbio é o que
envolve o medo obsessivo de contaminação. Alguns
pacientes chegam a se lavar com produtos pesados de
limpeza, como água sanitária e detergente, só porque
encostaram em outra pessoa. Muitos não se contentam
só com um banho. Só se tranquilizam depois de vários
e longos banhos.
Os obsessivos-compulsivos têm consciência de que
seus pensamentos e atitudes são completamente ilógi-
cos e também têm plena consciência do seu martírio,
mas não conseguem se livrar da condenação imposta
por suas mentes.
O impacto do TOC no contexto familiar pode ser de-
vastador, já que o número de relações comprometidas
pela mania patológica é muito grande. Nove de cada dez
obsessivo-compulsivos sofrem de baixo autoestima, que
por muitas vezes faz com que o transtorno se faça acom-
panhar de outros distúrbios como depressão, alcoolismo
e fobias específicas.
Além do sofrimento e angústia causada pela doença
em si, o TOC faz com que o paciente carregue o peso da
vergonha. Os doentes tendem a disfarçar os sintomas de-
morando a procurar ajuda, levando mais de quinze anos
em média. O fato é que, quanto mais tempo um paciente
passa sem tratamento, mais grave torna-se o quadro. Sem
ajuda profissional a doença é incontrolável.
As causas do TOC ainda não foram totalmente des-
cobertas. Sabe-se que o transtorno tem componentes am-
bientais e genéticos. Graças ao desenvolvimento de má-
quinas capazes de flagrar o cérebro em funcionamento
descobriram-se algumas áreas cerebrais que servem de
sede para as obsessões e as compulsões. As duas prin-
cipais o córtex órbito frontal e os gânglios da base, são
responsáveis pelo processamento das informações rece-
bidas e pelo controle do medo.
O TOC não tem cura, mas pode ser controlado. A
combinação de medicação com psicoterapia reduz em
até 80% a manifestação de sintomas. A psicoterapia uti-
lizada é a cognitiva comportamental onde o psicólogo
desenvolve um trabalho voltado para a conscientização
do paciente de que suas preocupações são ilógicas. Para
isso, ele não só usa argumentos lógicos, como expõe o
paciente ao objeto de suas aflições. O objetivo é propor-
cionar ao paciente uma forma de controle sobre os pensa-
mentos que atormentam, baixando a ansiedade para uma
vida com mais liberdade.
Transtorno obsessivo
compulsivo (TOC)
as manias que tornam-se doenças
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