Especial 10 anos / 2016
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Sr. Luiz Girotto é morador na Estra-
da Velha da Penha, próximo ao Largo
São José do Maranhão e há 25 anos atua
como Papai Noel. Atualmente encanta
as crianças no Shopping Eldorado, na
zona sul, todos os dias à tarde.
Aposentado, o Sr. Luiz é uma pes-
soa atuante na comunidade da Igreja
São José do Maranhão onde é querido
por todos, independente da roupa de Pa-
pai Noel.
Para entrar em contato com ele:
(11) 2296-5097 - e-mail:
Citypenha:
A figura do papai Noel ainda está viva no Na-
tal das pessoas?
Sr. Luiz:
Eu acho que sim, recebemos a visita de muitos
adultos que trazem seus filhos para conhecer o Papai Noel.
Essa é uma figura que faz parte do Natal. Apesar de ter
ficado muito ligado ao aspecto comercial do Natal, dos
presentes, a alegria das crianças é muito grande quando
conversam com a gente.
Citypenha:
E o que significa para senhor ser o Papai
Noel?
Sr. Luiz:
Para mim ser Papai Noel é uma grande sa-
tisfação. Apesar de poucas pessoas saberem o que é, de
onde surgiu o Papai Noel, o importante é que as pessoas
ainda têm a figura do bom velhinho vinculada ao espírito
do Natal.
É interessante que muitas pessoas que trabalham como
Papai Noel não conhecem a origem dele. Isso é ruim por
que é difícil viver um personagem que você não conhece.
Citypenha:
Há quantos anos o senhor atua como Papai
Noel?
Sr. Luiz:
Já fazem 25 anos. Começou como um lazer, um
momento de doação que acabou se transformando num
hábito, numa daquelas coisas que não se consegue mais
abrir mão na vida. Hoje é uma profissão, mas acima de
tudo um grande prazer.
Citypenha:
Nesses 25 anos em que atua como Papai Noel
o senhor acha que as pessoas perderam a crença, estão di-
ferentes?
Sr. Luiz:
Os adultos, de forma geral, ou a maioria não
acredita mais, embora eu percebo em alguns que além de
não acreditarem, eles fazem o contrário, têm uma certa ig-
norância com isso. Eu falo para eles que seus filhos foram
criados dentro do saber que o Papai Noel existe. Por mais
que eles afirmem que o Papai Noel engana as crianças,
mas ele ensina valores como caridade, solidariedade, humil-
dade, além de permitir que todos vivenciem o sonho de igual-
dade. Todas as crianças do mundo têm a chance de pedir o que
quiserem para o Papai Noel. É um momento universal, tanto
para ricos como para os não tão afortunados.
Citypenha:
E as crianças ainda escrevem cartinhas?
Sr. Luiz:
Com certeza, muitas trazem as cartinhas, com seus
pedidos. No Shopping é muito complicado ler, não dá tempo,
mas dentro do possível, procuramos dar uma orientação para
as crianças, indicando que se não puder mandar o que elas
querem, vai algum outro presente. É uma forma de respeitar
a esperança das crianças. Não a expectativa de um brinquedo,
de um presente, e sim a esperança de um mundo melhor, onde
todos podem se respeitar e serem respeitados.
Citypenha:
E o que leva o senhor a ficar um ano “cuidando”
e preparando o seu visual?
Sr. Luiz:
Hoje, como aposentado, eu não tenho praticamente o
que fazer durante os dez meses que não sou Papai Noel, é como se
estivesse de férias.
Então passa a ser uma satisfação ficar me tratando para chegar
na época do natal e ter contato com as crianças.
Citypenha:
Mas quando chega em janeiro/fevereiro o senhor corta
a barba e o cabelo?
Sr. Luiz: Não, só uma “aparadinha, uma abaixadinha”. O pesso-
al fica o ano inteiro me chamando de Papai Noel. E o mais engraça-
do é que o pessoal aqui do Tatuapé e da Penha, as pessoas que me
conhecem, quando eu estou vestido de Papai Noel eles me chamam
de Luiz. (risos)
Citypenha:
O senhor mora no Tatuapé?
Sr. Luiz:
Eu moro na Estrada Velha da Penha. Nasci em Rio Claro
e vim com oito meses, quando minha mãe faleceu.
Citypenha:
O senhor tem alguma mensagem especial para deixar
para as pessoas?
Sr. Luiz:
A grande mensagem é que todos nós devemos comemo-
rar no Natal, o motivo verdadeiro da Festa, o nascimento de Jesus.
Tudo o mais é um complemento
disso e deve ser tratado assim.
A
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