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Especial 10 anos / 2016
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Tivemos a oportunidade de conversar com o novo coman-
dante geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, o Coro-
nel PM Álvaro Batista Camilo, que falou um pouco da nova
postura da organização, da mudança do papel de repressor para
ser um agente protetor da sociedade, trabalhando em parceria e
em harmonia com todo o conjunto de outros órgãos e a própria
comunidade.
O Cel. Camilo recebeu a equipe da CityPenha, junto com
o Cel Vicente Mariano, seu chefe de gabinete e a Prof
a
Cacilda
Pinheiro, presidente do CONSEG Penha, no QG da Polícia Mi-
litar na Liberdade.
Acompanhe como foi nosso encontro.
CityPenha:
a Polícia Militar vem ao longo do tempo modifi-
cando sua postura. O Senhor pode nos explicar essa mudança?
Cel Camilo:
A Polícia Militar já há tempos, desde o final da
década de oitenta, deixou de ser uma Polícia do Estado e passou
a ser uma Polícia do cidadão. Neste processo de evolução, nós
trabalhamos baseados em 3 grandes princípios: Um é trabalhar
muito forte com gestão. Nós passamos a trabalhar de forma
intensa com sistemas inteligentes. Em função disso, hoje nós
temos condição, através da boa gestão, de distribuir os recursos
de forma racional. A Polícia Militar aproveita bem os recursos
humanos, as viaturas, enfim, existe uma otimização do uso dos
recursos através da gestão.
CityPenha:
: Na área de qualidade, a Polícia Militar recebeu
alguns prêmios, não foi?
Cel Camilo:
Exatamente. Todo esse esforço, é reconhecido
inclusive externamente. Nós temos mais de 50 unidades com
ISO 9000, até o presídio militar da polícia tem ISO 9000, e re-
cebemos o prêmio Banas, o prêmio Mario Covas, o prêmio Top
Quality, entre outros de qualidade e gestão.
CityPenha:
E quais são os outros princípios?
Cel Camilo:
O segundo ponto que a Polícia tem trabalhado
muito forte é como respeito aos direitos fundamentais da pessoa
humana. Nós criamos em 98 a Comissão dos Direitos Humanos
da Polícia Militar e temos participado da Conferência Nacional
dos Direitos Humanos de forma muito intensa. APolícia Militar
trabalha em parceria com todas as chamadas minorias. Estamos
atuando com a Coordenadoria da Diversidade Sexual, com o
Movimento Negro, entre tantos outros, justamente para estreitar
os vínculos com as pessoas. Dentro do foco nos direitos hu-
manos incluímos nas grades curriculares de todos os cursos da
Polícia Militar, desde a escola de soldados, a escola de sargento,
a de aperfeiçoamento de oficiais, até a escola do coronel, que é
o curso superior de Polícia, a disciplina de direitos humanos. A
idéia é que esse conceito esteja incorporado à filosofia do Poli-
cial Militar, ele deve estar internalizado na pessoa.
CityPenha:
De forma prática, como isso sematerializa no dia a dia?
Cel Camilo:
Basicamente com a aplicação dos procedimen-
tos. Unindo a qualidade com os direitos humanos foram desen-
volvidos os procedimentos operacionais padrão. A Polícia tem
quase cem procedimentos operacionais, que dizem exatamente
o que o Policial tem que fazer quando ele está fa-
zendo uma abordagem, uma revista numa casa, ou
em uma pessoa, a forma de posicionar a arma, como
atender e respeitar o cidadão. Inclusive para o me-
liante, o infrator da lei, quando é preso, o Policial
tem um procedimento específico de atuação.
CityPenha:
Isso inclui até as situações de risco?
Cel Camilo:
Com certeza. Para todas as situações
existe um procedimento. Para os casos de risco a
Polícia tem hoje um método de tiro intitulado “tiro
de preservação da vida”, o Método Giraldi, em ho-
menagem ao Coronel que o desenvolveu, que tem
como objetivo prender criminosos evitando ao má-
ximo a ocorrência de tiroteios.
Neste método o Policial usa a gradação da força.
Quando está em uma ocorrência, primeiro ele fala
com o marginal, tenta dissuadi-lo, depois fala com
mais veemência, não tendo resultado ele vai usar o
gás de pimenta, se não conseguir pode usar a tonfa,
Entrevista
Polícia Militar
Uma grande aliada
Cel Mariano, Prof
a
Cacilda Pinheiro, Paulo Aguiar e Cel. Camilo
A
no 4
Matéria publicada na edição 28
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