Especial 10 anos / 2016
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aquele cassetete moderno, mais para defesa do que para o
ataque e não conseguindo ainda, ele vai usar a bala de bor-
racha, o elastômero. Não tendo conseguindo, ele pode usar
a munição química, a bomba de efeito moral e a fuligem, e
não conseguindo em último caso vai utilizar o armamento
letal. Às vezes vai direto para o armamento letal? Às vezes
vai, como por exemplo, se entrar em uma residência em que
o infrator já está atirando no Policial. Não adianta usar gás
de pimenta em quem já está atirando com arma de fogo. O
importante é usar os meios de forma moderada, mas na me-
dida em que for necessário dentro de cada situação.
CityPenha:
E qual é o outro foco, o outro princípio?
Cel Camilo:
O terceiro ponto é o Policiamento Comunitá-
rio, internacionalmente conhecido como Polícia de Proximi-
dade, através do qual a Polícia vai até a população. Para isso
a Polícia participa de todos os Conselhos de Segurança, cerca
de 800 Conseg´s no estado. Estamos trabalhando muito com
os jovens, através do Jovens Construíndo a Cidadania e do
PROERD, que é o Programa de Resistência as Drogas, que
leva o Policial nas escolas para ministrar o curso. No ano pas-
sado a Polícia treinou no PROERD 630 mil crianças até 12
anos e no JCC, destinado aos adolescestes, 230 mil jovens.
Estamos também incentivando o Policial a fazer pales-
tras, a participarem de Rotary, de Lion e outras organizações
que tenham como finalidade a paz social, o bem comum, o
aperfeiçoamento humano e a qualidade de vida.
CityPenha:
E tudo isso aproxima a Polícia da Comunidade!
Cel Camilo:
Esse é o objetivo principal. E um dos cami-
nhos para chegar a isso é valorizar a família do Policial.
Também reunimos, aqui dentro do comando, uma vez por
mês, o Conselho Geral da Comunidade, um conselho forma-
do por pessoas da comunidade que são convidados para vir
no QG discutir a segurança pública.
CityPenha:
O modelo de Polícia Comunitária adotado é o
modelo japonês?
Cel Camilo:
Exatamente, Fizemos um convênio com o Japão
em 2000 e renovamos agora esse intercambio. Mandamos vá-
rios oficias para o Japão para ver as bases existentes lá, que têm
um nome específico, chamam-se
Koban
, as bases urbanas, e
Chuzaisho
as bases distritais que são as do interior. Esse mode-
lo nós trouxemos para cá e já temos várias bases comunitárias
instaladas aqui nesse mesmo sistema, que mantêm o policial
próximo da comunidade e faz com que ele converse, visite e
conheça as pessoas.
CityPenha:
A implantação tem sido um sucesso?
Cel Camilo:
Tem sim, ao ponto que a Polícia de São Paulo é,
por solicitação do Japão, a multiplicadora do seu modelo de Po-
lícia Comunitária para toda aAmerica Latina. Nós trouxemos o
modelo e o aperfeiçoamos. O próprio Japão está levando idéias
que passamos a fazer aqui, como a base comunitária móvel,
aquele furgão que fica posicionado em alguns lugares.
Em função da nossa carência social, vários programas com-
plementares como o Cinema na praça, o esporte na praça, entre
outros estão sendo desenvolvidos e implantados. Nós fomos um
pouco além do que é feito no Japão, como forma de estar ainda
mais próximo da comunidade, e abrir um canal de comunicação
direto entre a Polícia e a comunidade.
CityPenha:
Esse trabalho é maior do que o propósito específi-
co de “Polícia” não é?
Cel Camilo:
Acho que não. Tudo o que for visando no final à
paz social e a qualidade de vida a Polícia Militar está partici-
pando, mesmo que não seja na missão de competência primeira
dela. Para isso a Polícia coloca a disposição vários canais de co-
municação, além do 190, o disk PM 080055190, os Conseg´s,
e caso a pessoa tenha receio, principalmente quando o assunto
é drogas, o 181, o Disk Denúncia. A Polícia precisa muito da
colaboração da comunidade. Além de registrar as ocorrências,
é importante trazer as informações, quanto mais informações
melhor pode ser o uso de todos os recursos.
Todos nós somos, como cidadão, responsáveis, é uma co-
laboração.
Como diz nossa constituição, “A segurança é um dever do
Estado, mas é responsabilidade de todos”.
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